Assembleia debate crise de pólo guseiro em Açailândia

24-11-2010 12:23

Mais de cinco mil demissões e impactos extremamente negativos à economia do município. Este, até o momento, é o saldo da crise instalada no pólo guseiro de Açailândia, distante 600 quilômetros da capital São Luís.

O tema foi alvo de debates na tarde desta terça-feira (23) no auditório da Assembleia Legislativa. A audiência pública foi proposta pela deputada Helena Heluy (PT), que atendeu pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Metalúrgica, Mecânica e Material Elétrico de Açailândia e Imperatriz (STIMA).

“Nós, trabalhadores, fizemos de tudo para evitar esta situação. Concordamos em reduzir, por exemplo, os valores da hora-extra e do adicional noturno. Infelizmente, a onda [de demissões] veio. De junho deste ano até o mês passado, 400 metalúrgicos foram demitidos. Cada demissão direta contribui para dez demissões indiretas, o que, nos nossos cálculos, chega a um total de cinco mil trabalhadores sem emprego”, afirmou o presidente do STIMA, Jarlis Adelino.

A crise no pólo guseiro de Açailândia iniciou-se em 2008, devido aos impactos econômicos ocasionados pela falência de vários bancos norte-americanos. O aumento em mais de 171% do preço cobrado pela tonelada do minério de ferro e o cancelamento, por parte de empresas da América do Norte e Europa, de inúmeros carregamentos de ferro gusa produzidos no pólo foram fatores que pioraram a situação e contribuíram para as demissões em massa.

“É preciso que os governos municipal, estadual e federal dêem as mãos no sentido de mudar este quadro. A onde de demissões refletiu diretamente na economia do município que, hoje, passa por uma situação precária”, disse o vereador açailandense, Juscelino Oliveira (PP).

Apesar do cenário atual, o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro do Estado do Maranhão (Sifema), Cláudio Azevedo, avaliou que a expectativa para os próximos meses é de que as empresas do setor se recuperem, o que contribuirá para que ocorram novas contratações. “Conseguimos estabilizar o valor da tonelada do minério de ferro e estamos trabalhando com o mercado promissor da China. São dois fatores que, tenho certeza, irão reaquecer o setor”, explicou ressaltando que as empresas fizeram o possível para evitar as demissões.

Helena Heluy classificou como positiva a realização da audiência. “A problemática foi bastante discutida. Todas as partes envolvidas tiveram a oportunidade de apresentar informações e sugestões para reverter a situação”, disse.

Também participaram da audiência pública os secretários estaduais José Antônio Heluy (Trabalho e Economia Solidária) e Israel Ferreira (Minas e Energia); os deputados Antônio Bacelar (PV) e Carlinhos Amorim (PDT), presidente e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Minas e Energia da AL, respectivamente; Nivaldo Araújo, representante da CUT nacional; Antônio Erismar (PT), vice-prefeito de Açailância; além do também vereador açailandense Márcio Anibal (DEM). (Assembleia Legislativa)

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