Etapa final da obra do berço 100 do Itaqui está prestes a ter início
Terminou esta semana a fase de cravação das 192 estacas de sustentação do novo atracadouro, localizado na porção sul do cais, e que será utilizado para movimentação de grãos agrícolas; início de operação está previsto para julho de 2011
Foi concluída nesta semana no Porto do Itaqui a fase de cravação das 192 estacas de sustentação do berço de número 100. A obra de construção do novo atracadouro, que fica na porção sul do Itaqui, é uma das mais importantes do processo de expansão do porto, pois, quando finalizada, permitirá um aumento na capacidade de movimentação de cargas do terminal, atendendo prioritariamente, às demandas do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram).
A conclusão dessa etapa foi acompanhada pelo gerente de Engenharia da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Carlos Eduardo Gomes, que ressaltou o engajamento de mais de 450 operários nessa fase da construção sem registro de graves acidentes. "Apesar da complexidade da obra, que tem situação de mar, dentre outras especificidades, conseguimos finalizar as fundações sem acidentes", ressaltou.
O gerente disse ainda que, a partir de agora, os 320 m² (área da construção) serão concretados. "Toda a infra-estrutura foi concluída. Passaremos agora para a superestrutura, que consiste na armação das vigas e das lajes", afirmou. Para a execução do trabalho, a área foi dividida em quatro módulos de 80 m², sendo 48 eixos de quatro estacas, cada uma delas medindo 50 m de comprimento.
A empresa Serveng Civilsan, encarregada do serviço, finalizou a cravação antes do prazo previsto, que seria março de 2011. "Iniciamos a primeira linha de estacas no dia 4 de fevereiro deste ano", disse Isaú Angelim, gerente de Produção da Serveng. A Emap prevê a entrega do berço para o mês de julho de 2011.
Cronograma - A construção do berço 100 teve início em setembro de 2009, com prazo de conclusão de dois anos. A nova previsão de término da obra antecipa em cerca de quatro meses o cronograma original. O novo atracadouro terá 320 metros de comprimento e 25 metros de largura, totalizando oito mil metros quadrados (m²) de estrutura física. Além desta obra, será feita também a construção da retro-área, que terá 30 mil m². A construção do berço 100 permitirá a atracação de navios Pós Panamax - que podem carregar até 175 mil toneladas de carga. Novo atracadouro e serviços adjacentes foram orçados em R$ 111 milhões.
Além do berço 100, está em andamento um processo de dragagem no canal marítimo de todo o cais sul, que compreende os atracadouros 101, 102 e 103. Esse serviço vai nivelar os berços a uma profundidade média de 14 m, podendo chegar a 16 m, conforme a amplitude de maré. Atualmente, no caso dos berços 102 e 103, a profundidade média é de 9,5 m, o que restringe a operação de grandes navios.
Cabe destacar que a Emap divulgou, no dia 30 de agosto deste ano, a finalização da reforma do berço 102, mais precisamente de um trecho de 46 m do atracadouro que foi totalmente reconstruído para operar carregamentos de arroz, fertilizantes, contêineres e gás liquefeito de petróleo. O berço entrou em reforma em novembro de 2009.
Tegram - O berço 100 será estratégico para a movimentação de cargas do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), um investimento de R$ 280 milhões. O projeto está em fase de tramitação na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília (DF), desde agosto deste ano, para a avaliação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA).
A previsão é de que o terminal comece a ser construído em 2011 e que no ano seguinte a primeira fase já entre em operação, movimentando cinco milhões de toneladas de grãos por ano.
Na primeira etapa, será utilizado o berço 103. Na fase seguinte será o berço 100, elevando para 10 milhões de toneladas por ano. Na terceira e última etapa do projeto será utilizado o berço 99, ainda em projeto, concluindo o prognóstico de movimentação de 15 milhões de toneladas de grãos agrícolas por ano.
Mais
O Porto do Itaqui, atualmente, possui seis atracadouros em
operação, de números 101, 102, 103, 104 e 106, sendo o 105 arrendado à mineradora Vale, que o denomina Píer II e o utiliza para movimentar cargas de minério e soja. Os berços 102 e 103, em geral, são utilizados para carregamentos de contêineres e de granéis sólidos, como produtos agrícolas. Os demais servem para granéis líquidos, basicamente petróleo e seus derivados (gás de cozinha, diesel, gasolina e nafta). (Ed. 17.629; Primeiro Caderno; Portos - pág. 08)