Navio Seagull 7 fica à deriva na zona portuária de São Luís

10-04-2012 08:47

 

Cargueiro foi levado pela maré por cerca de 10 km e encalhou na Ilha dos Caranguejos, localizada próximo à foz do Rio

Mearim; embarcação está na costa maranhense desde agosto de 2009, quando foi resgatada pela Marinha na Baía de Cumã O navio cargueiro Seagull 7 encalhou no fim de semana, na Ilha dos Caranguejos, a 10 km de onde estava fundeado, próximo à Ilha de Guarapirá, nas imediações da zona portuária de São Luís, na Baía de São Marcos. A embarcação foi levada pela maré, na noite de sábado (7), depois de perder a âncora, ficando à deriva por cerca de uma hora. A Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA), em nota divulgada ontem, informou que o navio não representa risco ao tráfego marítimo e que deve permanecer onde está, estaiado a poitas (amarrado a blocos de concreto).

Ainda na noite de sábado, uma equipe da Capitania dos Portos foi mobilizada para planejar uma manobra de desencalhe. Um rebocador foi enviado ao local para garantir  que o navio não voltasse a ficar à deriva, o que poderia oferecer riscos ao tráfego marítimo.

Entretanto, no domingo (8), após inspecionar o navio, a capitania concluiu que o navio  encalhado não oferece risco à navegação, nem de poluição hídrica e deve permanecer no local até que sejam providenciados os meios para uma eventual manobra de desencalhe.

O Seagull 7 é um navio de bandeira da Serra Leoa (África), que foi incorporado ao patrimônio da União no fim do ano passado, após a conclusão de um processo administrativo de perdimento, motivado pelo abandono do navio pelo seu armador, a empresa indiana Seagull Marine Services. Desde então, segundo a nota da CPMA, o navio está sob a guarda da Marinha do Brasil, que mantém dois militares permanentemente a bordo, até que o mesmo seja leiloado e, posteriormente, entregue ao novo dono.

Perdimento - O navio Seagull 7 foi incorporado ao patrimônio da União no início de abril do ano passado. Desde então, a embarcação ficou fundeada nas proximidades da zona portuária de São Luís. O cargueiro foi resgatado pela Marinha em 25 de agosto de 2009, na Baía de Cumã, costa oeste do estado, com problemas mecânicos e tripulação faminta. Rebocado para a Baía de São Marcos, a embarcação vem se deteriorando. Atualmente, estava sem tripulantes e era apenas vigiada por militares da CPMA.

Em outubro de 2010, a capitania divulgou o auto de apreensão do Seagull 7, com detalhes do estado de conservação do cargueiro. Segundo o documento, a embarcação estava tomada pela ferrugem, sem uma das duas âncoras, e representava um risco à segurança do tráfego aquaviário. O navio foi apreendido oficialmente pela CPMA no dia 7 de outubro de 2010, com base na Lei nº 7.203/1984, que trata da Assistência e Salvamento de Embarcação em Perigo no Mar, e na Lei nº 9.537/1997, a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário. Na vistoria, ficaram constatadas 25 avarias e deficiências na embarcação, pertencente à Seagull Marine Service, com sede na Índia, que teve prazo de 90 dias para sanar os problemas, sob pena de a embarcação ser incorporada aos bens da União e leiloada.

Ainda em agosto de 2010, a CPMA concluiu o inquérito administrativo sobre a arribada

forçada (espécie de parada fora da rota) do navio na Baía de Cumã (litoral oeste do Maranhão), ocorrida em 25 de agosto de 2009. A conclusão do processo apontou a responsabilidade do ocorrido para a empresa proprietária do navio.

Deterioração  - Segundo a CPMA, o navio encontrava-se fundeado com ferro (âncora) e amarra de boreste (ou estibordo, o lado direito do barco) em estado corrosivo e sem o ferro e a parte da amarra de bombordo (lado esquerdo). Apresentou 25 avarias/deficiências na última inspeção de Port State Control (realizada em 10 de março de 2010), não havendo sido retificada nenhuma.

O convés principal, o do castelo de proa (parte frontal) e de popa (retaguarda do barco) e o das baleeiras (salva-vidas) apresentavam corrosão acentuada, incluindo-se a existência de vários furos. Segundo a CPMA, as portas estanques eram inexistentes ou estão com a estanqueidade comprometida. Vigias, agulheiros (peça do sistema de bombeamento de água), gaiutas (janelas de teto) e suspiros da praça de máquinas, tampas e braçolas dos porões com corrosão acentuada, comprometendo a estanqueidade do navio.

Na ocasião, a vistoria da CPMA constatou que as redes e tomadas de incêndio estavam corroídas; extintores portáteis de incêndio e sistema fixo de gás carbônico (CO2) com validade vencida; máquina do leme inoperante e porão da praça de máquinas com resíduos oleosos (vazamentos de óleo combustível e óleo lubrificante).

A lista de irregularidades incluía também: plano de gerenciamento de água de lastro inexistente; sistemas de tratamento de esgoto inoperante, redes de esgoto com vazamentos dentro da praça de máquinas; esgoto sanitário sendo direcionado para o mar; certificados estatutários vencidos; outros certificados vencidos: balsas, extintores, sistema fixo de desvio da agulha magnética.

Histórico - Ancorado na Baía de São Marcos desde 25 de setembro de 2009, o navio Seagull 7, de bandeira de Serra Leoa (África), foi resgatado pela CPMA na Baía de Cumã, litoral oeste do estado, em fins de agosto daquele ano, com maquinário avariado e tripulação faminta. A embarcação foi resgatada pela CPMA próximo à praia de Perical, município de Cedral (40 km a oeste de São Luís). A embarcação vinha da Colômbia com destino ao Porto de Santos (SP), em busca de um carregamento de açúcar. O navio partiu da Colômbia no dia 8 de agosto de 2009, passou pela costa da Venezuela, Suriname e Guiana, até alcançar o litoral do Amapá, seguindo para o Pará. Ao navegar em águas maranhenses, o comandante da embarcação optou por ancorar e pedir socorro. A Capitania dos Portos recebeu a informação de pescadores da região de Cumã. Foi solicitado apoio do helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA - da Secretaria de Segurança Pública) para localizar o navio. Em seguida, coube ao Navio Patrulha Guarujá P-49, que estava em missão no litoral maranhense, a prestação do socorro e escoltá-lo até a zona portuária de São Luís. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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