Navio Sérgio Buarque de Holanda atraca no Itaqui pela primeira vez

14-08-2012 08:14

Atraca pela primeira vez no Porto do Itaqui o navio Sérgio Buarque de Holanda, o mais novo da frota da Transpetro. Trata-se de uma embarcação para transporte de produtos derivados claros de petróleo, com capacidade para 48,3 mil toneladas de porte bruto e 183 metros de comprimento, equivalente a dois campos de futebol. O navio atracou no berço 104 para uma operação de transbordo, ou seja, receber um carregamento de óleo diesel de outro navio, o Maersk Petrel, atracado no berço 106.

O Sérgio Buarque de Holanda tem previsão de partida hoje, levando uma carga de 48,3 mil toneladas de diesel para o Porto de Paranaguá, no Paraná. Antes de chegar a São Luís, o navio passou pelo Pará e pelo Amapá. "É um navio construído para atuar no abastecimento de derivados de petróleo por todo o país", disse o comandante da embarcação, capitão de longo curso Renato Ramos Diniz.

O navio foi entregue no dia 9 de julho deste ano à Transpetro, no Rio de Janeiro (RJ). O primeiro carregamento ocorreu em duas etapas, a primeira (10 mil m³ de diesel S-500) no Porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, no dia 10, e a segunda no Porto de Santos (SP), no dia 14 (17 mil m³ de diesel S-1.800). Inicialmente os produtos seriam descarregados em São Luís, mas o cronograma da empresa foi alterado. O navio chegou a fundear na Baía de São Marcos, em fins de julho, mas acabou desviado para o Norte do país.

O Sérgio Buarque de Holanda é a terceira embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a iniciar as operações. Com 183 metros de comprimento e capacidade para o transporte de 56 milhões de litros de combustíveis, é o 200º navio construído pelo Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), tido como berço da indústria naval brasileira.

O capitão do navio, Renato Diniz, informou que a embarcação está equipada com tecnologia de ponta e que, assim como os outros da nova frota, é de bandeira nacional. "A Transpetro está resgatando a indústria naval brasileira", afirmou Diniz. Ele ressaltou que foi oficial imediato do último navio produzido no país, o Livramento, lançado ao mar em 1997, fechando um cliclo de apogeu dos estaleiros nacionais, outrora a segunda maior indústria naval do mundo.

Diniz, com 23 anos de experiência na Transpetro, também fez a viagem inaugural do Celso Furtado, o segundo navio do Promef a entrar em operação (entregue no segundo semestre de 2011) e que já atracou no Porto do Itaqui várias vezes.

Orgulho - Segundo a companhia, o início das operações do Sérgio Buarque de Holanda é uma prova da vitalidade do Promef, que contribui para reverter uma crise de décadas da indústria naval brasileira. Em um prazo de oito meses, a Transpetro recebeu três navios construídos por estaleiros brasileiros. Uma quarta embarcação, o navio de produtos Rômulo Almeida, começará a operar ainda este ano.

Em novembro de 2011, a Transpetro recebeu do Estaleiro Mauá o navio de produtos Celso Furtado, primeira embarcação brasileira entregue ao Sistema Petrobras desde 1997. Em maio, começou a operar o João Cândido, primeiro petroleiro construído na Região Nordeste. O João Cândido é hoje o maior e mais moderno navio brasileiro em operação.

Antecessores - O navio petroleiro João Cândido foi batizado com o nome de um herói brasileiro, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto. Na ocasião, mais de 2 mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim, seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.

O navio Celso Furtado foi batizado em homenagem a um dos mais influentes pensadores do nacional-desenvolvimentismo brasileiro e latino-americano. Celso Monteiro Furtado nasceu em Pombal (PB), em 26 de julho de 1920, morreu no Rio de Janeiro (RJ) em 20 de novembro de 2004. Foi um economista brasileiro e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. Suas ideias sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento divergiram das doutrinas econômicas dominantes em sua época e estimularam a adoção de políticas intervencionistas sobre o funcionamento da economia.

 

(Fonte: O Estado do Maranhão)

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