Supergraneleiros da Vale causam expectativa no setor portuário

26-11-2010 10:57

SÃO PAULO - Avaliação feita pelo banco de investimento alemão DVB Group sugere que o Brasil irá provavelmente aumentar sua participação no mercado transoceânico de minério de ferro a partir de 2011, à medida que a companhia brasileira da mineração Vale expande sua frota de navios de transporte de minério de ferro de grande porte.

A Vale deve receber em meados de 2011 o primeiro de 19 novos graneleiros de grande porte (também chamados de Valemax, ou Chinamax) que encomendou de estaleiros da China e da Coréia do Sul, segundo informes da Agência Estado e do sítio eletrônico Guia Marítimo, especializado no setor portuário. Os navios têm capacidade para transportar até 400 mil toneladas de carga.

Com as novas embarcações, a empresa poderá triplicar o potencial de transporte da sua frota para cerca de 10 milhões de toneladas até 2014, supondo-se que nenhum de seus navios existentes seja vendido.

As especulações são de que a Vale esteja montando uma frota de 80 a 100 supergraneleiros, a fim de se aproximar dos mercados através da criação de um canal dedicado para o transporte do minério de ferro entre Brasil e China.

Para tanto, a Vale já prepara os seus terminais portuários no Brasil para receber os supergraneleiros. No Maranhão, a empresa está em fase de construção de um novo atracadouro no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), o Píer IV. No Espírito Santo, a mineradora desenvolve um projeto de dragagem para ampliar a profundidade do canal marítimo para 25 metros no Porto de Tubarão.

No lado asiático, segundo o DVB Group, os portos chineses de Dongjiakou, Dalian e um outro, que não foi especificado, estarão prontos para receber os graneleiros de grande porte da Vale quando passarem a operar em 2011.

Crescimento - Segundo a análise do DVB Group, as exportações de minério de ferro do Brasil para a China deverão crescer 57% em 2014, para 220 milhões de toneladas, enquanto os embarques de minério da Austrália para a China deverão registrar expansão de 39%, para 389 milhões de toneladas, de acordo com o banco.

A nova frota ajudará a Vale a reduzir os custos do frete a fim de eliminar, tanto quanto for possível, a volatilidade e as vantagens competitivas do preço do minério de ferro australiano e do frete da China.

A maior parte do transporte de minério de ferro por via marítima é atualmente realizada em navios com capacidade para transportar entre 83 mil e 200 mil toneladas.

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Segundo o DVB Group, o plano da Vale excluirá provavelmente os armadores independentes baseados no mercado à vista, uma vez que o objetivo da empresa é diminuir as taxas de frete. (Ed. 17.636; Primeiro Caderno; Portos - pág. 12)

 

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