Suzano crê em alta no preço da celulose

27-03-2012 10:52

Após sucessivas quedas diante da retomada da oferta mundial de celulose e da variação cambial em 2011, os preços da matéria-prima estão confirmando uma trajetória de recuperação neste ano. "A perspectiva é de alta para os próximos trimestres", avalia o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto.

Em março, os preços de referência da celulose de fibra curta foram reajustados nos três mercados de referência e, a partir de 1º de abril, a cotação no mercado asiático subirá mais US$ 30 por tonelada. Com isso, os preços de referência serão de US$ 670 a tonelada na China, US$ 760 na Europa e US$ 820 na América do Norte.

"Os preços na Ásia estavam defasados em relação aos demais mercados e, com a retomada da demanda, houve realinhamento", disse Maciel, acrescentando que a perspectiva para a indústria, neste momento, é bem melhor do que a observada no quarto trimestre.

De outubro a dezembro, a Suzano Papel e Celulose registrou queda de 17% no lucro líquido, quando da comparação com igual intervalo de 2010, para R$ 208,1 milhões. Frente ao terceiro trimestre, contudo, houve reversão do prejuízo de R$ 425,6 milhões.

Já a receita líquida trimestral da companhia totalizou R$ 1,336 bilhão, um avanço de 11,8% ante o registrado um ano antes. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 3,8% na mesma base de comparação, para R$ 415,04 milhões, beneficiado por itens não-recorrentes como um ganho contábil de R$ 75,02 milhões referente à compra da distribuidora de papéis KSR e da outra metade do capital do Conpacel .

A Suzano informou ainda que o volume total de vendas de papel e celulose cresceu 15% ante o terceiro trimestre e 24,8% frente ao registrado no último trimestre de 2010, para 909,2 mil toneladas. A melhora nos volumes, contudo, foi parcialmente compensada pela queda dos preços em reais da celulose.

Ao fim do trimestre, a dívida líquida da companhia estava em R$ 5,47 bilhões, 59,9% acima do registrado no encerramento de 2010. O nível de alavancagem medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda era de 4,2 vezes ao fim de dezembro e a disponibilidade de caixa, de R$ 3,3 bilhões.

No acumulado do ano, a Suzano Papel e Celulose teve lucro líquido de R$ 29,9 milhões, com queda de 96,1% ante o registrado em 2010. A receita líquida, por sua vez, avançou 7,4%, para R$ 4,8 bilhões, porém o Ebitda recuou 24,5%, para R$ 1,302 bilhão.

Para 2012, a companhia planeja investimentos de R$ 3,5 bilhões, montante inferior aos R$ 4 bilhões estimados anteriormente, porém acima do orçamento executado no ano passado. O novo valor desconsidera eventuais desembolsos relativos à Suzano Energia Renovável, cujo início estimado de operação foi prorrogado para o início de 2014.

Segundo Maciel, o vulto do investimento projetado para este ano "reforça a convicção" da Suzano em sua estratégia de crescimento no médio e longo prazos. Dos R$ 3,5 bilhões projetados, R$ 500 milhões correspondem a gastos com manutenção. A diferença será destinada à expansão. No ano passado, os investimentos da empresa somaram R$ 3,2 bilhões.

A Suzano deve iniciar as operações de uma nova fábrica de celulose no município de Imperatriz, no Maranhão, em novembro de 2013. De acordo com Maciel, o projeto está dentro do cronograma previsto e a suspensão da licença ambiental que autoriza o plantio de 42 mil hectares de florestas de eucalipto naquele Estado não afeta a unidade de celulose. (Fonte: Valor Econômico)

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