Vale negocia operações com cargueiros Valemax na China
Maiores navios do mundo construídos para transporte de minério não podem descarregar em portos chineses por restrições do governo.
SÃO PAULO - A Vale está negociando o acesso à China dos seus supercargueiros de minério de ferro, os Valemax. Enquanto não obtém a autorização do governo chinês, a empresa planeja usar sua atual frota para alimentar seus centros de distribuição em Omã (na porção oriental da Península Arábica) e na Malásia (sudeste da Ásia).
"Nós temos visto o que as pessoas estão escrevendo na imprensa - o governo chinês sendo relutante em aceitar os navios - e isso é algo que está sendo negociado", disse o chefe de estratégica global da Vale, Paulo Couto, que participou de conferência na África do Sul, de acordo com o jornal Valor Econômico. "[Enquanto isso] Nós estamos atualmente usando os navios para nossa operação em Omã, onde temos um unidade pelotizadora e um centro de distribuição", acrescentou.
O executivo disse ainda que a Vale também está usando seu centro de distribuição na Malásia. Os Valemax, também chamados de Very Large Ore Carrier (VLOC), não conseguiram livre acesso à China. Alguns analistas dizem que a China teme que os supercargueiros dêem à Vale maior poder no mercado chinês de minério de ferro.
Supercargueiros - Navios da classe Valemax, de 400 mil toneladas de porte bruto (TPB) e 390 mil toneladas de capacidade de carga, os maiores do mundo nessa categoria, iniciaram operações no ano passado, sendo o primeiro deles o Vale Brasil, no mês de maio. Até o momento, há notícia de mais quatro: Vale Itália (que está fundeado na Baía de São Marcos), Vale Rio de Janeiro, Vale China e Vale Beijing. Esses navios já descarregaram em vários portos da Europa e também em Omã.
A Vale tem encomendados 35 Valemax a estaleiros asiáticos, sendo 19 unidades para compor uma frota própria da companhia e 16 navios de outras empresas, condicionadas por contrato a fretar os supercargueiros à Vale por 25 anos. (Fonte: O Estado do Maranhão)