Vale oficializa Murilo Ferreira como novo presidente, em substituição a Roger Agnelli
São Paulo - O Conselho de Administração da Vale oficializou ontem o nome de Murilo Ferreira como novo diretor-presidente da companhia. O executivo irá suceder Roger Agnelli no comando da empresa a partir do próximo domingo (22).
Ferreira tinha sido indicado pelos acionistas controladores da Valepar no dia 4 de abril e o seu nome foi aprovado em reunião extraordinária do Conselho de Administração, realizada ontem, segundo comunicado divulgado pela empresa.
A indicação de Ferreira, no início de abril, surpreendeu o mercado. O nome mais cotado de início era o de Tito Martins, que comanda a Vale no Canadá. A indicação do executivo, porém, foi bem recebida pelo mercado.
A Vale informou ainda que na ata da reunião o Conselho de Administração "consignou o reconhecimento pelo trabalho contínuo e bem-sucedido desenvolvido por Roger Agnelli ao longo dos últimos 10 anos que muito contribuiu para que a Vale alcançasse a posição de destaque que desfruta atualmente, no Brasil e no mundo".
A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.
Perfil - Murilo Pinto de Oliveira Ferreira tem 57 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.
O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração e trabalhou na Vale durante 10 anos. Ele ingressou na empresa em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e diretor executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.
Em sua passagem pela Vale Canadá, Ferreira enfrentou uma prolongada greve, que contribuiu para que o executivo tivesse problemas de saúde pouco antes de deixar a empresa. Após sair da Vale, Ferreira foi convidado para ser um dos sócios fundadores da Studio Investimentos. Em março deste ano ele se desligou da gestora de ações para retomar a carreira executiva.
Saída de Agnelli - A campanha pela saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, cargo que o executivo ocupava desde 2001, começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima.
Em 2009, Lula criticou a Vale, afirmando que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro.
Números
- No 1º trimestre de 2011, a Vale teve lucro líquido recorde de R$ 11,291 bilhões, ante R$ 2,879 bilhões em igual período do ano anterior, o que equivale a alta de 292,2%.
- R$ 30,1 bilhões foi o lucro recorde da Vale em 2010. (Fonte: O Estado do Maranhão)