Vale Rio de Janeiro atraca pela primeira vez no Porto de Tubarão
A mineradora Vale informou ontem que o navio Vale Rio de Janeiro está em operação de carga no Porto de Tubarão, em Vitória (ES).
VITÓRIA - A mineradora Vale informou ontem que o navio Vale Rio de Janeiro está em operação de carga no Porto de Tubarão, em Vitória (ES). A atracação do navio da classe Valemax, ou Very Large Ore Carrier (VLOC), com 400 mil toneladas (t) de porte bruto (TPB) e capacidade de transportar 390 mil/t de minério, segundo a companhia, marca a primeira etapa de um projeto da companhia no Espírito Santo para receber os maiores navios mineraleiros do mundo.
O Vale Rio de Janeiro tem 362 m de comprimento, 65 m de largura e calado (distância da linha d'água até o fundo do navio) de 23 m quando totalmente carregado. De acordo com o site da Vale, o navio está programado para carregar 289,7 mil toneladas, bem abaixo da sua capacidade total. Em Tubarão, a profundidade dos atracadouros chega a, no máximo, 25 m (maré baixa). Desde maio de 2010, o terminal passou por um serviço de dragagem, pois a profundidade, até então, era de 23 m (maré baixa).
A operação de carga no Porto de Tubarão se diferencia da do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), em São Luís (MA), que apresenta profundidades que variam de 25 m a 30 m (conforme as condições de maré), o que facilita a operação de carga plena dos Valemax. Em maio de 2010, segundo divulgação da mineradora, o projeto tinha como objetivo preparar o Porto de Tubarão para receber os Valemax.
As manobras com navios de 400 mil/t em Tubarão vêm sendo estudadas pela Vale desde 2008, com apoio técnico da Capitania dos Portos do Espírito Santo. Um simulador foi usado para estudar o comportamento do navio durante as manobras. Assim, foi possível analisar e conhecer as condições de navegação, garantindo a segurança de toda a operação.
O carregamento inaugural do Vale Rio de Janeiro ocorreu em Ponta da Madeira, em São Luís (MA), em novembro do ano passado. Foi o segundo Valemax a entrar em operação. O primeiro, o Vale Brasil, de mesmas dimensões, iniciou as atividades em maio de 2011.
Destino - Esta é a terceira viagem do Vale Rio de Janeiro, que já atracou, além de Ponta da Madeira, em Taranto, na Itália, e Roterdã, na Holanda. Depois de Tubarão, seu destino será o Porto de Sohar, em Omã.
O Vale Rio de Janeiro, encomendado ao estaleiro coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, faz parte de uma encomenda de 35 navios, entre próprios e contratados, feita a estaleiros da China e da Coreia do Sul, que serão entregues até 2013, com operação exclusiva para a empresa.
Estratégia - Os navios tipo VLOC fazem parte da solução logística da Vale para ligar os terminais marítimos da empresa no Brasil a seus clientes asiáticos e europeus. O objetivo é maximizar a eficiência das operações, reduzir o custo de transporte transoceânico de minério de ferro para as siderúrgicas, assim como contribuir para a redução das emissões de carbono por tonelada de minério transportada.
A adaptação dos portos para receber os supercargueiros é um aspecto eminentemente técnico, que requer estudos de engenharia detalhados e muitas vezes investimentos adicionais em treinamento dos operadores, reforço dos berços de atracação e dragagem.
Atualmente, os supercargueiros da Vale podem aportar sem problemas na sua capacidade máxima nos portos de Ponta de Madeira, em São Luís; Sohar, em Omã; Taranto, na Itália, e Roterdã, na Holanda. (Fonte: O Estado do Maranhão)