Vale Beijing volta a São Luís 8 meses depois de acidente

09-08-2012 07:54

O megacargueiro Vale Beijing, capaz de transportar 390 mil toneladas de minério de ferro (classe Valemax), fundeou ontem na Baía de São Marcos. O navio está localizado num ponto a 47,5 quilômetros (25,7 milhas náuticas) do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), onde está previsto para atracar hoje. A embarcação chega à costa de São Luís depois de oito meses do acidente ocorrido durante a sua viagem inaugural, em dezembro de 2011, quando rachaduras nos tanques de lastro interromperam a operação.

Em nota, a Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA) informou ontem que o Vale Beijing passará por uma inspeção da entidade e também da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil. Os vistoriadores vão avaliar as condições estruturais do casco da embarcação antes de autorizar o embarque de minério de ferro, previsto para ocorrer no Píer I de Ponta da Madeira. A previsão de permanência do cargueiro no terminal, segundo a Capitania, é até domingo.

Histórico - Conforme vem divulgando O Estado desde o acidente, o Vale Beijing sofreu rachaduras nos tanques de lastro da popa (parte traseira da embarcação), durante a sua primeira operação de carga, no dia 3 de dezembro de 2011. O navio tinha previsão de carga de 388 mil toneladas de minério de ferro, mas o carregamento foi abortado ao ser atingido o volume de 260 mil toneladas do produto, devido ao acidente.

Na ocasião, o Vale Beijing foi retirado às pressas do porto e levado para a Baía de São Marcos, fundeado a 60 km da costa de São Luís. O risco de naufrágio e o consequente derramamento de óleo combustível foi minimizado pelas autoridades marítimas e ambientais, mas foram retirados cerca de 6 mil toneladas de óleo dos tanques do cargueiro como medida de precaução.

Além disso, técnicos da companhia responsável pelo navio, a STX Pan Ocean, realizaram um reparo de emergência no casco do navio. Também foi realizada a redistribuição de parte do minério de ferro que estava no porão 7, o mais próximo da área afetada pelas rachaduras, para estabilizar o navio, que estava com a popa mais submersa do que a proa (parte frontal do navio), desnível também chamado de derrabamento, no jargão marítimo.

Em 19 de fevereiro deste ano, o Vale Beijing partiu para o porto de Sohar, em Omã, país localizado na Península Arábica, onde descarregou o minério de ferro que estava em seus porões (carga avaliada em US$ 50 milhões). O navio chegou em Sohar em fins de março.

Concluído o descarregamento em Sohar, o Vale Beijing partiu para o estaleiro Jinhae, na Coreia do Sul, base da STX Offshore & Shipbuilding Co., que o construiu e que realizou os reparos definitivos. O navio chegou no estaleiro na segunda quinzena de abril deste ano. Em julho, a embarcação iniciou a viagem de volta a São Luís.

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O Vale Beijing é da classe Valemax, os maiores mineraleiros (conforme denomina a Vale) do mundo, com 361 m de comprimento, 65 m de largura, 23 m de calado máximo (distância da linha d'água até o fundo do navio), capacidade de carga de 390 mil toneladas. O estaleiro da STX na Coreia do Sul, de acordo com agências internacionais de notícias, está construindo mais sete cargueiros do porte do megacargueiro.

(Fonte: O Estado do Maranhão)

 

 

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