Vale garante viabilidade para a volta do trem de passageiros aos tocantinos

09-03-2012 09:10

Prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, e o deputado federal do Maranhão Chiquinho Escórcio questionaram detalhes do projeto em audiência pública.

Imperatriz - Sob a coordenação do presidente da Comissão de Obras, Serviços Públicos, Planejamento, Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, vereador Buzuca (PSDB), a Câmara Municipal de Imperatriz debateu, em audiência pública realizada terça-feira (6), o retorno do trem de passageiros na ferrovia Norte-Sul. A sessão, que contou com a presença maciça dos vereadores, do prefeito Sebastião Madeira e do deputado federal Chiquinho Escórcio, foi proposta pelo presidente da Casa, Hamilton Miranda.

Entretanto, os holofotes estavam todos voltados para José Osvaldo Cruz, gerente de Relações Institucionais da Ferrovia Norte-Sul, que apresentou o esboço de um estudo de implantação do projeto, cobrado pelos políticos, que representa o desejo da população da Região Tocantina, notadamente a mais carente.

Osvaldo Cruz apresentou o projeto minuciosamente, respondeu as indagações dos presentes e garantiu que a diretoria da Vale acha viável a implantação do projeto, embora os investimentos sejam muito altos.

De acordo com o gerente, o estudo inicial apresenta um investimento total em torno de R$ 190 milhões, mas, com alguns ajustes, ele pode cair para R$ 130 milhões.

Os gastos a que José Osvaldo Cruz se refere diz respeito à implantação do sistema de sinalização da ferrovia, de cercas eletrônicas, da adequação das estações ferroviárias de Açailândia, São Francisco do Brejão e Imperatriz, além da construção da estação de Porto Franco e de uma parada em Estreito.

Modelo - O gerente da Vale informou que o modelo de trem que deverá percorrer a Norte-Sul de Açailândia a Porto nacional (TO) dispõe de classe executiva para 80 passageiros; cinco carros para a classe econômica, com capacidade para 88 passageiros cada um; um carro para bagagem; outro destinado a passageiros com necessidades especiais; lanchonete e restaurante. A locomotiva é formada por 12 carros no total, sendo seis trens por semana nos dois sentidos.

O gerente de Relações Institucionais da Vale disse se tratar de um processo muito complexo, sobretudo no dispensado à segurança da operação, uma vez que há várias travessias e moradias muito próximas à linha férrea.

Osvaldo Cruz reafirmou a necessidade do estudo e disse que a resposta da diretoria da Vale chegará com a sua conclusão. "A Vale está convencida de que o serviço de trem de passageiros nesta região é viável", disse o representante da mineradora, garantindo que, até o dia 27, levará a Imperatriz a proposta definitiva da implantação do trem de passageiros.

Questionamento - Único prefeito presente na audiência pública, apesar de todos os prefeitos dos municípios que cortam a ferrovia no lado maranhense terem sido convidados, Sebastião Madeira, de Imperatriz, se disse ressabiado, razão por que questionou o gerente da Vale, cobrando dele explicações plausíveis e detalhadas.

O mesmo ocorreu com o deputado Chiquinho Escórcio, que cobrou detalhes e agilidade na implantação do projeto. O gestor imperatrizense enumerou algumas indagações que afirma ser de extrema importância para que ele possa se sentir seguro e a comunidade, principalmente a mais carente, para que possa viver a expectativa do retorno desse transporte considerado seguro e barato.

Madeira quis saber se já existe uma decisão da diretoria da Vale em instalar o projeto. "Se foi tomada essa decisão, qual o cronograma de instalação? Quem vai operar? Essa iniciativa é provocada por pressão política?", quis saber, ressaltando que achou muito vago a implantação do terminal de logística em Imperatriz.

Chiquinho Escórcio, por sua vez, disse que a Vale utiliza o estado por meio das ferrovias e transporte, mas não cumpre em sua totalidade com a responsabilidade social que tem com o povo do Maranhão. Disse, entretanto, que estava confiante na implantação do projeto, pois acreditava na palavra do gerente.

O gerente, por seu turno, observou que em outros países o governo se responsabiliza pela estrutura das ferrovias para que as empresas possam operar. "No Brasil, temos que operar, mas temos que construir", explicou Osvaldo Cruz. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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