Vale quebra mais duas empresas no Pará e MA
Lembram da empresa Belatrix Máquinas Pesadas, com sede em Bacabeira (MA), que publicou anúncio (veja reprodução abaixo) no início do ano em O Estado Maranhão cobrando quatro meses de atrasos nos alugueis de seus tratores feitos pela CBEMI Construtora.
No anúncio, a Belamatrix informava que a CBEMI não pagava porque a mineradora Vale não estava cumprindo compromissos com a empresa que constrói a estrada ligando Parauapebas (PA) ao Projeto Salobo, da Vale, essencial para ampliação do Projeto Carajás (reveja).
Pois bem. Nesta terça-feira (31) um oficial de justiça esteve na sede da CBEMI em Parauapebas e apreendeu vários caminhões da empresa numa ação movida pelo Banco Volkswagen na justiça de Santa Catarina, segundo informa o blog do Zé Dudu.
Com a apreensão, a obra – que compreende a execução de 95 km de estrada, com pavimentação em tratamento superficial duplo, 2,5 milhões de m³ de movimentação de solo e 12 pontes – e que já sofreu inúmeras interrupções por quebra de contrato, foi mais uma vez parcialmente paralisada. Nem a CBEMI e muito menos a Vale não comentaram o assunto.
Em 2011, a Odebrecht, que em 2007 ganhou o contrato para execução da obra, rescindiu o acordo alegando falta de condições para cumpri-lo devido a erros no projeto inicial por parte da contratante, no caso a mineradora.
São mais duas construtora – Belamatrix e CBEMI – que vão ser enterradas no “cemitério de empresas” que a Vale montou nas últimas décadas no Maranhão e Pará. São outros milhares de pais de família que ficarão desempregados, gerando quebradeira no comércio de várias cidades nos dois estados.
Você lembra que no passado o blog fez uma série de reportagens denunciando essa situação. O principal exemplo foi o caso da W.O. Engenharia, empresa genuinamente maranhense com trabalhos prestados até para a Petrobras, que sucumbiu após vários calotes aplicados pela mineradora.
A denúncia gerou audiências públicas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, onde os representantes da Vale fizeram questão de não comparecer até porque não tinham nenhuma explicação a dar. Por conta dessa e outras denúncias, o presidente da companhia, Roger Agnelli, foi demitido.
O comando da mineradora mudou, mas os métodos da Vale de subir “pisando no pescço” de “parceiros” continua.
Não foi à toa que a mineradora recebeu semana passada o título de “pior empresa do mundo” (reveja). (Fonte: Blog do Decio)