“Não investir em refinarias é suicídio”, afirma Gabrielli

22-02-2011 09:55

Rio - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, defendeu ontem os investimentos em refinarias e disse que é "um suicídio no longo prazo" não construir as cinco novas unidades previstas. Gabrielli afirmou que, apesar dos investimentos, a companhia terá em 2020 uma produção maior de óleo bruto do que sua capacidade de refino, que já chegou ao final de 2010 "no limite".

Ele falou sobre o assunto durante o seminário “Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2011”, evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). “Não investir em refinarias nesse momento é suicídio no longo prazo. E temos que investir agora”, ressaltou.

Segundo ele, o aumento da importação de gasolina em 2010 está condicionado ao aumento da demanda pelo mercado interno. Gabrielli disse que as refinarias brasileiras estão no limite da produção, tanto de gasolina, quanto de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e querosene para aviação (QAV). “Nosso objetivo é evitar a importação de gasolina, mas a Petrobras nunca deixou de atender ao mercado interno”, informou.

Novas refinarias - Hoje, quatro refinarias estão em construção: duas premium, no Ceará e no Maranhão, a refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj), no Rio de Janeiro. Em 2010, a refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte, entrou em operação plena.

Gabrielli não quis adiantar se já está prevista a construção de outras refinarias. “Nós ainda estamos fechando nosso plano estratégico, que deve ser divulgado no início de maio”, disse.

Para 2020, está prevista a produção de 3,9 milhões de barris de óleo, para uma capacidade de refino de 3,2 milhões de barris. Isso sem contar com mais 650 mil barris produzidos pelos parceiros da Petrobras.

De acordo com o plano de negócios 2010-2014 da companhia, a área de refino, transporte e comercialização deve receber a segunda maior verba prevista, de US$ 73,6 bilhões. Os recursos visam aumentar a capacidade de refino, em consonância com o aumento da produção previsto.

Limite - Diante do crescimento do consumo, disse Gabrielli, a capacidade de refino de alguns produtos está no limite. É o caso da gasolina, cuja demanda cresceu 19% e o Brasil passou de exportador para importador em 2010.

Gabrielli não descarta novas importações do produto em 2011, dependendo do crescimento da demanda - que deve ser menor por conta do crescimento econômico mais baixo.

O executivo estimou ainda que a cessão onerosa de 5 bilhões de barris firmada com a União durante o processo de capitalização no ano passado resultará numa produção de petróleo de 800 mil a 1 milhão de barris até 2020. O cálculo foi feito por empresas certificadoras contratadas para avaliar as reservas durante o processo de capitalização.

 

(Fonte: O ESTADO DO MARANHÃO, Ed. 17.724, Economia – pág. 08)

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