A força portuária do Maranhão

16-02-2011 15:08

 

O setor portuário do Maranhão, que reúne um porto público, o Itaqui, e dois privados, sendo um da Alumar e outro da Vale, está em pleno processo de expansão. A movimentação de cargas gira em torno de 100 milhões de toneladas

anuais e mobiliza cerca de 1.300 navios mercantes, em média. Números que tendem a aumentar nos próximos anos com a chegada de grandes empreendimentos industriais no estado, o que requer elevados investimentos no setor, tanto do poder público quanto da iniciativa privada.

O Porto do Itaqui está em processo de ampliação. Dos seis atracadouros em operação, dois entrarão em reforma (berços 101 e 103) em breve. A administração do porto concluiu, em fins do ano passado, a reforma total do berço 102. Além disso, a dragagem do cais sul deve ser finalizada ainda neste semestre, o que vai garantir uma profundidade que vai de 15 metros a 19 metros, suficiente para operar à plena carga navios com capacidade de carga de até 175 mil toneladas, os chamados pós-Panamax.

Outro ponto em destaque no Itaqui é a construção do berço 100, que deve entrar em operação ainda neste semestre. Há também projetos de construção de mais um atracadouro na porção norte do porto (berço 108) e mais dois na porção sul (berços 99 e 98), tendo em vista a expansão da demanda de serviços portuários. Tal demanda virá da implantação de vários empreendimentos industriais, como a Refinaria Premium, da Petrobras, em Bacabeira, que vai beneficiar 600 mil barris/dia e dobrar a movimentação de navios na Baía de São Marcos. Fala-se até na construção de um novo porto.

No Itaqui, a maior expectativa atual é a implantação do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que movimentará até 15 milhões de toneladas de produtos agrícolas em seu ápice operacional. O terminal é, em resumo, um complexo logístico que vai integrar armazéns, porto e a Ferrovia Norte-Sul ao sistema agroexportador do Centro-Oeste, que prevê para as próximas safras problemas de escoamento da produção e vê no setor portuário do Nordeste e do Norte, em especial do Maranhão e do Pará, a alternativa mais viável.

A Vale deve investir cerca de US$ 5 bilhões para duplicar a Estrada de Ferro Carajás (EFC) e também no novo píer do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), ampliando a capacidade atual de exportação da mineradora. O novo atracadouro está em fase de construção e deve entrar em operação no início do próximo ano. Segundo a mineradora, trata-se da maior obra portuária da empresa na América Latina.

O novo píer foi projetado para receber navios de até 400 mil toneladas, os Valemax, maiores do que o Berge Stahl (365 mil), o maior navio graneleiro do mundo. O primeiro Valemax deve ser entregue. Foram contratados 12 navios desse tipo a estaleiros asiáticos. Com a duplicação da ferrovia, a movimentação de minério passará de cerca de 120 milhões de toneladas para 230 milhões de toneladas até 2015. O salto permitirá à Vale ampliar a meta de produção nacional de 311 milhões de toneladas de minério em 2011 a 522 milhões de toneladas em 2015.

São informações que demonstram a pujança do complexo portuário de São Luís, já considerado um dos mais importantes do país.

 

(Fontes: O ESTADO DO MARANHÃO, Ed. 17.718, Opinião – pág. 04)

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