A Vale é a “Geni” da vez

26-10-2011 11:15

Após a vinda do ministro dos Transportes a São Luís, a classe política maranhense escolheu outra “Geni” para atirar pedras. Trata-se de uma das maiores empresas instaladas no Maranhão e que sempre festejou um bom relacionamento com os políticos: A Vale.

Ontem, quatro deputados levantaram no plenário da casa desconfianças quanto a uma possível atuação da empresa com o intuito de brecar o processo de licitação da duplicação da BR – 135, cancelada pelo Ministério dos Transportes. Para os deputados, agora a “Geni”, personagem da canção de Chico Buarque que, considerada a responsável por todos os problemas, é a Vale. Na avaliação dos parlamentares, integrantes da base governista, a decisão do Ministério dos Transportes, que era a única “Geni” nesta novela, teve a intenção de favorecer os interesses da empresa.

Os deputados Stênio Rezende (PMDB), Rogério Cafeteira (PMN), Eduardo Braide (PMN) e Zé Carlos (PT) entraram no trilho da discórdia em relação à Vale quando relataram em plenário detalhes da reunião realizada, na última segunda-feira, entre o ministro Paulo Passos e políticos do estado, inclusive a governadora.

Rogério Cafeteira estranhou o fato da Vale ter feito estudos que subsidiaram a decisão do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura) em relação ao caso. Stênio Rezende, líder do governo na casa, ressaltou a revolta do deputado federal Pedro Fernandes (secretário de Cidades), que saiu da reunião com o ministro, muito antes dela terminar e não poupou críticas a Vale.

Ele acredita qye este desabafo não foi feito de maneira descabida e, pela experiência de Pedro Fernandes na área de engenharia, devem haver fundamentos na suspeita dele em relação à Vale. Stênio Rezende foi mais duro ainda nos ataques à empresa e cobrou da Assembléia uma decisão mais enérgica, caso sejam confirmadas as suspeitas de que a Vale atuou contra a realização da obra.

Zé Carlos manifestou uma posição cética quanto às explicações dadas pelo ministro das Transportes de que o projeto feito por engenheiros maranhenses tenha esquecido de fazer uma análise de solo da área, um erro primário na engenharia.

O deputado Eduardo Braide, o único a reclamar do cancelamento da obra de duplicação da BR – 135, na primeira sessão, após o Ministério dos Transportes tomar esta decisão, voltou a tocar no assunto e endossou as manifestações de Rogério Cafeteira, Stênio Rezende e Zé Carlos.

O outro lado

Em nota encaminhada por e-mail para a reportagem de O Imparcial, a Assessoria de Imprensa da Vale informa que a empresa e o Dnit estão realizando reuniões freqüentes para tratar da duplicação da Estrada de Ferro Carajás e também da BR – 135. Todas as informações solicitadas à Vale, em decorrência da duplicação da BR – 135 foram imediatamente disponibilizadas para técnicos do Dnit nacional e regional. “A Vale esclarece que não tem qualquer ingerência sobre a ferrovia Transnordestina (antiga CFN) e entende que a duplicação da BR – 135 é necessária par ao desenvolvimento do Estado e das empresas que aqui estão instaladas”, diz a nota.    (Fonte: O Imparcial)

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