100 empresas se interessam na construção do Tegram no Itaqui

12-10-2011 10:23

Cerca de 100 empresas nacionais e internacionais se interessaram pelo processo de licitação para a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto do Itaqui, administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). Na próxima terça-feira, será realizada a abertura dos envelopes das companhias interessadas no empreendimento, processo que integra o cronograma previsto em edital publicado em agosto, logo após aprovação definitiva do projeto pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa da Emap é de que as obras sejam iniciadas em 2012.

Luiz Carlos Fossati, presidente da Emap, em entrevista à agência Estado, prevê um número elevado de companhias no processo de licitação. "Esperamos que entre 20 e 25 delas [do total de empresas interessadas] participem da licitação", assegurou.

O Tegram, idealizado em 2004, terá capacidade para movimentar 5 milhões de toneladas de grãos ao ano após concluída a primeira etapa do empreendimento. A expectativa é de que depois dessa fase a movimentação alcance 10 milhões de toneladas por ano. O agronegócio responde hoje por 23,5% da movimentação total do Porto do Itaqui. O objetivo, segundo Fossati, é elevar a participação do porto na exportação nacional de soja dos atuais 3% para 20%.

O investimento na primeira fase de implantação soma R$ 262 milhões para quatro armazéns com capacidade estática de 125 mil toneladas cada (base soja). As empresas vencedoras, uma por lote, poderão explorar o negócio por 25 anos, renováveis por mais 25, e serão responsáveis pela operacionalização do projeto, incluindo o sistema de recepção e expedição da carga. Se tudo correr dentro do cronograma, esta primeira fase deverá entrar em operação no fim de 2013.

A construção do Tegram é necessária para que o porto maranhense eleve sua capacidade de embarque de grãos, hoje realizada por uma estrutura mantida pela Vale, no Ponta da Madeira, e com capacidade limitada a cerca de 2 milhões de toneladas por ano. O empreendimento é considerado por representantes do agronegócio do Centro-Oeste do país como fundamental para baratear o custo de transporte dos grãos dessa região para os mercados externos. Atualmente, cerca de 80% da soja exportada pelo Brasil sai pelos portos de Paranaguá e Santos.

De acordo com Edeon Vaz Ferreira, gerente da Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) e coordenador do Movimento Pró-Logística, o escoamento de grãos pelo Porto do Itaqui poderia reduzir em 20% o custo do transporte da soja - hoje em US$ 120 por tonelada - na região nordeste de Mato Grosso, inicialmente a mais beneficiada pela obra.

Acesso - Embora positiva, a construção de Tegram terá que ser acompanhada de uma série de outras obras para que a soja do Centro-Oeste, maior produtor nacional, chegue ao Itaqui. Edeon Vaz enfatiza que ainda faltam acessos ferroviários e rodoviários que liguem as várias regiões de Mato Grosso ao porto.

Ele cita, por exemplo, a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, cuja primeira fase deve ser concluída apenas em 2014, e depois sua interligação com a Ferrovia Norte-Sul. É necessária também a pavimentação de 180 km da BR-080, que pode ligar o nordeste de Mato Grosso até Itaqui, via ferrovia Norte-Sul. Os projetos ambiental, básico e executivo dessa obra devem ficar prontos apenas no segundo semestre de 2012.

O nordeste de Mato Grosso fica a cerca de 1.700 km de Itaqui e a 2.100 km de Paranaguá. Ferreira destaca que, quando tudo estiver pronto e em operação, a principal diferença será o transporte por ferrovia na maior parte do trajeto. "Serão apenas 350 km de transporte por rodovia", afirmou. Hoje produtor de cerca de 800 mil toneladas de soja, o nordeste mato-grossense deve colher cerca de 2 milhões de toneladas na safra 2013/14. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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