39% dos engenheiros civil no Maranhão atuam como pequenos construtores

19-06-2011 09:23

 

A construção civil é uma das molas propulsoras da sociedade, especialmente no Maranhão. Mas nem só de grandes obras, como condomínios e estradas, vivem os profissionais que atuam neste setor. Hoje, cerca de 39% dos engenheiros civis sindicalizados atuam, ou têm potencial para atuar na chamada "pequena construção civil”, um ramo onde se faz pequenas obras como casa isoladas para revenda.

A modalidade em questão tem ainda contribuído de forma determinante no Maranhão para a qualificação e absorção de mão de obra, como explicou o vice-diretor de finanças do Sindicato dos Engenheiros Civis do Estado do Maranhão (Senge), Agenor Aguiar Teixeira Jaguar."A atividade dos pequenos construtores (construtores individuais) é de suma importância e o Brasil é um país em que as micro e pequenas empresas exercem uma grande contribuição para a sociedade", disse o engenheiro civiL.

"Essas empresas deveriam ser mais apoiadas pelos gestores, não apenas fomentando para acontecer, mas também para a regulamentação do trabalho, porque elas são formadoras e qualificadoras de mão de obra", completou Jaguar.

A equipe de reportagem de O Imparcial não teve acesso a uma pesquisa, como a do Senge, em parceria com o Departamento de Sociologia e Antropologia, da Universidade Federal do Maranhão, mas de acordo com entrevistas com alguns desses profissionais da construção civil, tudo tem início com um pequeno e médio investimento - na maioria das vezes com o próprio capital ou com empréstimos familiares - para a aquisição de terrenos, materiais de construção e mão de obra.

Um bom exemplo é o engenheiro civil Oswaldo Tito,31, há três no mercado e com quatro de formação. Ele é sócio de Antônio Banhos Neto em uma pequena empreiteira. "Começamos com alguns terrenos que compramos com a ajuda de familiares. Fizemos um investimento de cerca de R$ 80 mil. Estamos atualmente com oito empreendimentos e já entregamos seis unidades", disse.

Experiência

José Murilo Pereira da Silva é um engenheiro um pouco mais experiente. Tem 56 anos e acredita que a política fiscal adotada no país tem facilitado as coisas para a classe.

"Construo e vendo casas há mais de 20 anos. A empresa existe há três anos. O Simples facilitou muito o nosso trabalho, porque pagamos vários impostos em um só e também diminuiu a burocracia. Recolhe tudo em um só imposto. Temos um faturamento de R$ 2 milhões por ano", disse.

As empresas dos dois empreendedores podem ajudar a traçar um perfil dessa modalidade construção no estado e mais especificamente na capital. O negócio é aberto geralmente com um sócio, dispõe em média de 15 a 30 profissionais, com carreira assinada e aproveita bastante a facilidade de negociações com determinados fornecedores e o primordial: com a oportunidade proporcionada pelo programa federal de habitação Minha Casa, Minha Vida.

"Na verdade a criação dessa empresa foi a realização de um sonho que teve muita ajuda do programa Minha Casa, Minha Vida. Estamos atendendo clientes recém-casados, com renda de seis a nove salários mínimos", disse Oswaldo Tito.

Ainda segundo os empresários consultados por O Imparcial, a prospecção de terrenos é o início do trabalho, que segue com a limpeza da área e em seguida com o começo das obras. De acordo com eles, cada empreendimento (casas habitacionais de médio padrão) é concluído em um prazo de quatro meses, desde a construção, até a entrega das unidades habitacionais.

As empresas possuem sedes físicas (escritórios), mas são utilizados para receber clientes. A parte burocrática, de negociação com clientes e fornecedores acaba sendo mesmo com os proprietários.

De acordo com o presidente do Sindicato da Empresas de Construção Civil do Estado do Maranhão (Sinduscon), João Mota, mesmo sem a entidade ter um dado específico sobre essa modalidade de construção, os construtores individuais contribuem bastante para a cadeia da construção civil do estado, empregando a mão de obra e comprando produtos no mercado de construção.

“Esse tipo de empresa é muito importante porque também emprega bastante. Eles não são sindicalizados, por isso, não temos como dar qualquer dado específico sobre eles’, disse João Mota. (Fonte: O Imparcial)

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