Acuada, Vale já fala em pagar dívidas

15-03-2011 15:04

 

Brasília -  O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta segunda-feira que a Vale está disposta a pagar a dívida dos royalties pela exploração de minério de ferro, calculada em R$ 5 bilhões pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A posição oficial da mineradora é que os valores cobrados são excessivos e devem ser submetidos a perícias judiciais.

Hoje Lobão se reuniu com o presidente da Vale, Roger Agnelli, e com o diretor do DNPM, Miguel Nery, para discutir o assunto. Segundo o ministro, na próxima semana, diretores jurídicos e financeiros das duas partes vão se reunir para procurar um consenso.

“A Vale admite que pode existir alguma dívida, e, se houver, paga prontamente. Não se chegou a um consenso em relação a um valor, o que se chegou a um consenso é que, devendo, a Vale pagará. Não se trata de reduzir dívida, fazer concessões, se trata de conferir números. Temos que ver quais os números estão corretos”, disse a empresa em nota.

Cálculos

Segundo cálculos da Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib), a dívida, se fosse atualizada, chegaria a R$ 4,5 bilhões.

O presidente da Amib, Anderson Cabido, prefeito de Congonhas (MG), afirmou que a dívida com os municípios de Minas Gerais foi calculada, em 2007, em R$ 2,6 bilhões. No Pará, a Vale deve, segundo ele, R$ 800 milhões ao município de Parauapebas, onde está localizada a jazida de ferro de Carajás.

Além de negociar o pagamento da dívida, os prefeitos dos municípios mineradores reivindicam a aprovação do projeto de lei que modifica o pagamento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cefem). A proposta, elaborada pelo Ministério de Minas e Energia, altera a base de cálculo dos royalties: em vez do faturamento líquido, a compensação seria paga com base no faturamento bruto ou na cotação em bolsa do minério de ferro.

Outra alteração proposta pelos prefeitos é a criação de um fundo de compensação para os municípios do entorno das cidades onde há atividade mineradora, que não recebem recursos de royalties, mas sofrem os impactos da atividade econômica. O projeto de lei está sendo avaliado pelo Ministério da Fazenda e deverá ser encaminhado nos próximos dias à Casa Civil.

A Cefem foi estabelecida pela Constituição de 1988 e é paga a estados, municípios e órgãos da União como compensação pelos impactos da atividade econômica da mineração em seus territórios. Em nota, a Vale afirma que diverge do DNPM sobre a interpretação de dispositivos legais que tratam da formação da base de cálculo da Cefem. “A Vale entende que os valores cobrados pelo DNPM são excessivos e devem ser submetidos a perícias judiciais”.

 

(Fonte: BLOG DO DÉCIO SÁ)

 

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