Agnelli diz que royalties são mal administrados pelas prefeituras
Ourilândia do Norte - No último evento público antes de deixar a presidência da Vale, na sexta-feira, Roger Agnelli voltou a comentar ontem mais um dos assuntos espinhosos que causaram a sua substituição.
Perguntado por jornalistas sobre uma carta que enviara à presidente Dilma Rousseff, na qual denuncia a politização na cobrança dos royalties da mineração, ele se disse "surpreendido" com a publicação do documento na edição da semana passada da revista "Época". E voltou a bater na tecla de que os royalties são mal geridos pelas prefeituras.
“Fiquei muito surpreendido de ver uma carta minha para a presidenta numa revista. Fiquei surpreso. Tá lá minha assinatura. Efetivamente eu mandei a carta”, disse Agnelli, em evento de inauguração da mina de níquel de Onça Puma, no Pará.
A carta em questão tem data de 14 de março. Nela, Agnelli revela a estratégia da prefeitura de Parauapebas (PA), comandada por um petista, para elevar a arrecadação com a Cfem, como é chamado o royalty da mineração.
A estratégia incluiria a contratação de consultores externos, que "pedindo altas comissões", prometeriam aumentar o valor a ser pago pela mineradora. Parauapebas é a cidade onde fica Carajás.
O assunto está sendo investigado pelo Tribunal de Contas dos Municípios e pelo Ministério Público Estadual. “O que eu tinha para falar sobre aquele assunto específico, eu falei naquela oportunidade em que mandei a carta. Foi no sentido de esclarecer a presidenta da postura pro-ativa da Vale em resolver esse tipo de questão. Esse foi o intuito da carta. Isso é uma questão que vem desde o começo da década de 80. É só pontuar o quanto foi pago em Cfem todos esses anos e o que foi revertido em benefício da comunidade. Acho que poderia ser um pouco mais”, afirmou. (Fonte: O Estado do Maranhão)