Ambientalistas e guserias chegam a acordo sobre o uso do carvão na indústria

29-05-2012 09:29

 

Vice-governador Washington Luiz reuniu industriais e ativistas para negociar soluções.

Em reunião realizada ontem ontem à tarde na Sala de Reuniões do Palácio Henrique de La Rocque (Calhau), o grupo ambientalista Greenpeace e a indústria do ferro-gusa chegaram a um acordo sobre a utilização de carvão vegetal na indústria. Os ativistas afirmam que há irregularidades na cadeia produtiva, como derrubada de floresta nativa da Amazônia e utilização de trabalho escravo. O acordo foi mediado pelo vice-governador Washington Luiz.

Como resultado da reunião, no dia 15 de junho os industriais e ambientalistas voltarão a se reunir, desta vez para assinar um Termo de Compromisso, concordando com critérios mínimos para o uso de carvão vegetal pelas guserias que atuam na Região Amazônica.

Participaram da reunião o secretário Cláudio Azevedo (Agricultura, Pecuária e Pesca), os adjuntos David Fernandes (Indústria e Comércio) e Cesar Carneiro (Meio Ambiente); o diretor da Campanha Amazônica do Greenpeace, Paulo Adário; o presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro-Gusa (Sifema), Marcos Martins Souza; o diretor da Viena Siderúrgica, José Romeu dos Santos Júnior; o promotor do Meio Ambiente, Fernando Barreto; o presidente da OAB/MA, Mário Macieira, e representantes de entidades ambientalistas, comunitárias e empresariais.

Para Washington Luiz, a reunião foi muito produtiva porque os empresários se comprometeram a ler e consultar o documento apresentado pelo Greenpeace e, após a avaliação dos itens, devem assinar o termo na data acertada pelas instituições.

"O Governo do Maranhão está fazendo a sua parte institucional ao monitorar as questões ambientais por meio da Secretaria de Meio Ambiente. Saio deste encontro convicto de que cumprimos nosso papel, que é o de promover o melhor para o Maranhão", afirmou Washington Luiz.

Conforme o diretor da Viena Siderúrgica, José Romeu, tudo que possa melhorar e qualificar os processos de produção será aceito pela empresa. “Estamos sempre abertos para ouvir sugestões. Inclusive, todo o carvão que consumimos está licenciado. Assumimos o compromisso, pois já monitoramos nossa cadeia, de que estaremos na próxima reunião no dia 15”, declarou.

Para o representante do Greenpeace, Paulo Adário, que ficou acorrentado a um navio durante o protesto feito pelo movimento ambientalista no Porto do Itaqui, foi dado um passo importante porque contou com o envolvimento de todos os atores e houve avanço na pauta de negociações.

Acordo - Entre os critérios mínimos que constarão do documento a ser assinado estão a identificação e exclusão da lista dos fornecedores de carvão vegetal que não cumprem as leis brasileiras; exigência de que toda a cadeia de suprimento da empresa não seja envolvida na destruição de florestas nativas; que os fornos sejam alimentados por plantações de eucalipto (desmatamento zero) e rejeições quanto à invasão de terras indígenas e ao trabalho escravo.

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A última manifestação de protesto do Greenpeace em São Luís ocorreu sábado (26). A bordo do navio Rainbow Warrior, os ativistas invadiram o cargueiro Clipper Hope, que estava atracado no berço 102 do Porto do Itaqui, pronto para receber 31,5 mil toneladas de ferro-gusa. Os ambientalistas também invadiram o cais do porto e estenderam faixas de protesto sobre os montes de gusa. Além disso, os manifestantes tomaram um guindaste que estava em operação no atracadouro. O protesto durou cerca de seis horas e terminou com a promessa do governo de mediar uma negociação com a indústria do gusa. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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