Após balsa ser acoplada em navio, remoção de combustível é suspensa

29-12-2011 14:16

Operação iniciada na madrugada de ontem foi abortada por causa do risco elevado de rompimento dos dutos e vazamento de óleo

A operação de remoção de óleo do navio Vale Beijing foi abortada ontem após a chata (balsa de óleo) ter sido acoplada ao graneleiro e com parte dos equipamentos acionada. A medida foi tomada pela empresa de salvatagem Smit com o aval da Capitania dos Portos do Maranhão, depois de os técnicos da companhia terem percebido a instabilidade da balsa (por causa das condições de maré e vento), e constatado o elevado risco de rompimento dos dutos, o que provocaria o vazamento descontrolado de óleo combustível no mar. Com a suspensão dos trabalhos, uma medida alternativa passou a ser estudada, mas sem data para ser colocada em prática. As informações são do capitão de Mar e Guerra Nelson Calmon Bahia, comandante da Capitania dos Portos, que concedeu uma entrevista coletiva.

De acordo com Calmon Bahia, todos os procedimentos que antecederam a remoção do óleo foram realizados com sucesso. A chata havia sido deslocada às 14h de terça-feira por um rebocador [a embarcação não possui motor] do Porto Grande para a área de fundeio número três do Porto do Itaqui, onde o graneleiro está fundeado, e chegou ao local da operação por volta das 21h.

Após ter sido atracada na área de fundeio, a balsa foi acoplada ao navio e os equipamentos começaram a ser ligados. "Ao passar a noite, os técnicos da empresa de salvatagem verificaram a instabilidade da chata por causa das condições de mar, que não são boas. Do jeito que o mar está e com a chata em desnível com o navio, pode haver um rompimento dos dutos, com vazamento de óleo no mar", disse.

Segundo Bahia, há um impasse em relação ao que deverá ser feito com a embarcação nas próximas horas. Uma das possibilidades levantadas seria remover o navio para outra área de fundeio do Porto do Itaqui, onde as águas são mais tranquilas. No entanto, não há garantias de que essa medida seja adotada. "O problema é que onde há águas mais tranquilas, não existe a profundidade necessária para uma embarcação desse porte. É necessário um local com pelo menos 30 metros de profundidade para atracar o navio", explicou.

O comandante disse que a balsa continua acoplada ao navio e que a situação será estudada por um período de 24 horas. A intenção, é que após esse período, os técnicos apresentem outra forma de remover o óleo do Vale Beijing. "Caso seja possível retomar a operação com a balsa, as atividades deverão durar de cinco a seis dias, pois o processo é demorado e complexo", completou.

Avarias - O navio Vale Beijing está em São Luís desde o dia 3 deste mês. Ele faria sua primeira viagem, com destino à Holanda, no dia 5, mas ao ser carregado de minério de ferro no Terminal Portuário Ponta da Madeira, apresentou avarias em um dos tanques de lastro, provocando assim a entrada descontrolada de água no navio. O píer I do porto da Vale permaneceu inoperante por três dias, o que causou prejuízo em mais de 750 mil toneladas de minério de ferro à companhia.

A Capitania dos Portos abriu um Inquérito Administrativo para investigar as causas do acidente e após a conclusão dos laudos, encaminhará o caso para julgamento no Tribunal Marítimo. Por causa dos riscos de naufrágio, o navio foi removido para a Baía de São Marcos, onde permanece até hoje. (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

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