Após vazamento de óleo, navio será periciado no RJ

20-12-2011 09:17

Secretaria estadual de Meio Ambiente diz que a quantidade de óleo pode chegar a 10 mil litros.

RIO DE JANEIRO - A secretaria estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro informou que o navio da empresa Modec Serviços de Petróleo do Brasil será submetido à perícia no mar, entre a Ilha Grande, em Angra dos Reis, e o litoral de Paraty, local onde ocorreu o vazamento de 10 mil litros de óleo na sexta-feira. A secretaria responsabiliza a empresa pelo vazamento.

A Modec informou que não foi notificada oficialmente sobre o assunto e que, segundo cálculos da empresa, o vazamento não ultrapassou 4.400 litros.

Para avaliar a situação do vazamento, a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, um fiscal do órgão ambiental e um representante da Modec sobrevoaram a região na manhã de ontem para avaliar a situação. No sábado, a secretaria do Meio Ambiente informou que o vazamento estava controlado.

Em nota enviada, a secretaria diz que o cálculo do dano ambiental causado na região e o valor da multa a ser aplicada à empresa levarão em conta o fato de parte do óleo derramado ter atingido uma praia de Angra. Ainda segundo a secretaria, esse valor deverá subsidiar uma eventual ação indenizatória contra a empresa.

No domingo, o Inea havia estimado o valor inicial da multa em R$ 10 milhões. O Inea aguarda o relatório da Capitania dos Portos sobre as causas do acidente e o volume vazado para definir o valor final da multa.

Fiscalização - O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirmou que há um déficit na fiscalização do ramo petrolífero. Ele disse que é preciso criar a Área de Proteção Ambiental (APA) marinha da Baía da Ilha Grande, com regras mais fortes de controle das atividades econômicas na região. A expectativa do secretário é de que o decreto estadual criando a APA seja assinado até o final de janeiro de 2012.

Em dois sobrevoos realizados no domingo (18), técnicos da secretaria estadual de Meio Ambiente constataram a presença de uma mancha de pequena extensão, na Praia do Bonfim, em Angra dos Reis, no litoral Sul Fluminense.

O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez (Cenpes), da Petrobras, coletou uma amostra do material para analisar se a mancha é proveniente do vazamento de óleo de um navio da empresa Modec.

O secretário informou, no domingo, que a Modec "foi instada" a limpar imediatamente as áreas da praia e costão da Praia do Bonfim. A Modec informou ao portal G1 que atendeu a solicitação do governo, mesmo sem o laudo do Cenpes. A empresa afirmou ainda que contratou sete embarcações para remover o óleo encontrado no mar. Segundo a companhia, a dispersão das manchas é feita com a técnica de jateamento de água.

O navio Cidade de São Paulo, da Modec, seguia para o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, para ser adaptado e transformado em navio-plataforma, para operar em atividades de extração de petróleo na Bacia de Campos, no Norte Fluminense.

Ilha dos Porcos - A presidente do Inea, Marilene Ramos, disse que durante o sobrevoo percebeu duas manchas, com larguras médias entre 150 e 200 metros, próximo à Ilha dos Porcos, em Angra dos Reis. O local, segundo o Inea, é de propriedade do cirurgião plástico Ivo Pitanguy. No entanto, a Modec explicou que navios da companhia foram ao local e não constataram nenhum tipo de mancha de óleo.

O delegado Fábio Scliar, responsável pela Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal (Delemaph), também acompanhou o sobrevoo. Ele disse que não instaurou um inquérito para investigar o vazamento, já que ainda depende dos laudos da Petrobras.

"É preciso estabelecer o nexo de causalidade. É preciso saber se a mancha é proveniente do navio mesmo. No decorrer do caso, pode ser que tripulantes do navio sejam intimados a prestar depoimento, para que eu saiba a versão deles para o fato", explicou.

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O navio-tanque Cidade de São Paulo, de onde o óleo vazou, pertence à empresa Modec, que presta serviços a petroleiras mundiais em engenharia, navegação e instalações industriais. A embarcação seguia para o estaleiro Brasfels (Angra) para a conversão em navio-plataforma (FPSO), que deverá ser empregada pela Petrobras a partir de 2013 na bacia petrolífera de Santos (SP). (Fonte: O Estado do Maranhão)

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