Arrecadação federal tem aumento de 10% e soma R$ 82,3 bilhões em março

25-04-2012 08:34

 

Lucro dos bancos cresceu e impulsionou o resultado, ao contrário da indústria; setor financeiro apresenta lucratividade bastante superior à dos demais

Brasília - A arrecadação federal em março bateu recorde, somando R$ 82,367 bilhões. Descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta foi 10,26% sobre o resultado de março do ano passado. Os lucros dos bancos cresceram e impulsionaram a arrecadação este ano.

Entretanto, a indústria ainda apresenta um desempenho fraco. A arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) voltou a cair. Descontada a tributação dos importados, a receita do imposto teve redução de 7,27% ante março de 2011, o que representa uma queda de 3,94% na participação do tributo no total da arrecadação.

Segundo a secretária-adjunta da Receita Federal, Zayda Bastos Manatta, a queda das receitas ligadas ao IPI não vinculado representa sim uma dificuldade do setor industrial. Porém, devem ser levados em consideração outros fatores para explicar a redução.

"O IPI não vinculado está fortemente ancorado no resultado da produção industrial. Porém, no mês de março tivemos também outros fatores como a desoneração da linha branca que resultaram na redução da arrecadação do IPI", afirmou a secretária-adjunta.

Bancos - Um dos principais fatores que impulsionaram o crescimento da arrecadação federal este ano - a lucratividade das empresas - está influenciada pelo setor financeiro, disse Zayda Manatta. Segundo ela, a análise das receitas da União mostra que a lucratividade dos bancos está bastante superior à dos demais setores da economia.

De acordo com a secretária adjunta, os dados do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) revelam que as entidades financeiras responderam pela maior parte do crescimento real de 13,49% na arrecadação dos dois tributos de janeiro a março. Esse número leva em conta a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Com receitas R$ 6,598 bilhões superiores ao mesmo período do ano passado, o IRPJ e a CSLL responderam por 42% do crescimento real de R$ 15,560 bilhões na arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal. "Pode-se dizer que o crescimento desses dois tributos reflete bastante o resultado do setor financeiro, que neste período foi superior ao dos demais setores", declarou Zayda.

Em relação à arrecadação da declaração de ajuste, o pagamento de IRPJ e CSLL das entidades financeiras aumentou 65,5% de janeiro a março na comparação com os mesmos meses do ano passado, descontando o IPCA. Para as empresas dos demais setores, o crescimento totalizou 25,09%. Em relação ao pagamento pela estimativa mensal de lucro, o recolhimento das instituições financeiras subiu 55,3%, enquanto o dos demais setores caiu 10,42%.

Comparação - De acordo com Zayda, a disparidade dos bancos também pode ser comprovada ao se comparar o pagamento de outros tributos. A arrecadação de Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), IRPJ, CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e PIS/Pasep teve crescimento real de R$ 9,012 bilhões no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011. Desse total, 88,21% - R$ 5,655 bilhões - vieram do setor financeiro.

Segundo a Receita, ao considerar apenas esses tributos, o Fisco obtém dados mais aproximados sobre a carga tributária própria de cada setor. "O setor financeiro retém muitos tributos de outros setores e repassam ao Fisco, como o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] e o Imposto de Renda Retido na Fonte, mas esse cálculo exclui essas situações", explicou a secretária-adjunta.

O desempenho dos bancos e a formalização dos trabalhadores que contribuem com a Previdência Social ajudaram a compensar a queda de arrecadação em outros setores, como a indústria. Em 2012, a arrecadação do IPI não vinculado a importações caiu 7,27% considerando o IPCA.

"Sem dúvida, o IPI não vinculado reflete a queda da produção industrial, mas também a desoneração para a linha branca [máquinas de lavar, geladeiras, fogões e tanquinhos] tem de ser levada em conta", afirmou Zayda. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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