As fronteiras da soja no Maranhão

03-04-2011 11:53

 

O Maranhão vai colher nesta safra 1,6 milhão de toneladas de soja. Trata-se de uma colheita recorde, bem acima da última, quando foram colhidas 1,3 milhão de toneladas. Com essa produção crescente, o Maranhão caminha para se consolidar como um dos grandes produtores de soja do país. Isso é possível porque a produção não está concentrada numa região específica; ela se espraia de norte a sul, com espaços já definidos nas regiões Sul, Tocantina e Baixo Parnaíba, onde o solo é adequado ao plantio.

Tudo começou em Balsas, na Região Sul, em meados dos anos 80, quando alguns produtores maranhenses, associados a gaúchos, goianos, matogrossenses, paraenses e até a russos, abriram caminho para o plantio da soja, acrescentando um item de importância mundial numa cultura agrícola dominada, primeiro, pelo arroz, seguido do milho e do feijão. Com largo consumo internacional, portanto com mercado garantido, a soja chegou como “ouro” agrícola, atraindo muitos produtores para a sua maior área de cerrado.

A safra de soja de 83/4 foi de apenas 7.604 toneladas, De lá para cá, com interrupções ocasionais em razão de problemas climáticos e oscilações eventuais no mercado internacional, a produção só cresce, e de maneira expressiva de ano para ano. De 1991 para cá, não houve um, só ano em que a safra tenha sido menor que a do ano anterior. E o crescimento da produção tem sido vertiginoso de ano para ano, tornando o produto um excelente negócio para os produtores que apostaram no Maranhão.

A soja trouxe inicialmente para o sul – e agora para o Nordeste - do Maranhão a cultura do agronegócio, gerador de riqueza, por tratar-se de uma comoditie que permite a negociação de safra inteiras no chamado mercado futuro, via de regra distante dos riscos de fortes oscilações de nos seus preços. E um investimento garantido, porque o uso da soja se diversificou tanto que hoje a preocupação é aumentar sua área de plantio e melhorar a qualidade da sua produção.

Há, por outro lado, as fortes restrições ao fato de tratar de estimular a monocultura, ocupar vastas áreas e empregar poucas pessoas. Mas os defensores argumentam que a soja atrai divisas e assegura a circulação de capital no país por causa dos ganhos que ela proporciona. Há muito que ser discutido nesse sentido, mas não há como discordar que a soja é uma alavanca econômica da maior importância para o Brasil atual.

O Estado mandou o jornalista Wilson Lima e o repórter-fotográfico Biaman Prado percorrerem as fronteiras da soja no Maranhão. O resultado foi uma reportagem especial de quatro páginas no Carderno de Economia. Ela mostra que o Maranhão é, felizmente, parte importante desse contexto, e com tendência a ocupar nele lugar cada vez maior.

 

(Fonte: O Estado do Maranhão, Ed. 17.705, Opinião – pág. 04)

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621