Aumento no preço do petróleo pode elevar o frete marítimo

22-04-2011 11:46

 

SÃO PAULO - Principal item na composição de custo fixo dos armadores em uma viagem de navio, o preço do combustível marítimo - também chamado de bunker - está numa escalada que, mantidos os atuais níveis até o fim do ano, servirá como um freio de mão nas expectativas de lucro para 2011. A alemã Hamburg Süd projeta gastos adicionais de US$ 200 milhões neste exercício se a tonelada do óleo marítimo permanecer em cerca de US$ 550,00 - o valor médio do acumulado do ano até metade de abril. Em 2010, a empresa faturou globalmente 4,4 bilhões de euros. A Hamburg Süd é a 14ª companhia de transporte de contêineres no ranking mundial e a primeira na costa leste da América Latina, seu principal mercado.

Conforme levantamento feito pelo armador ao jornal Valor Econômico, nesta semana, os US$ 550,00 por tonelada (a referência é a cotação do combustível em Roterdã, na Holanda) superam em US$ 100,00 o preço médio do verificado no ano passado, em decorrência do aumento do preço do petróleo na esteira dos conflitos políticos nos países do Oriente Médio e norte da África. Apesar de admitir fazer uma parcela de hedge de bunker, o diretor superintendente do armador no Brasil, Julian Thomas, afirma que o impacto no custo estrutural é grande.

Brasil - O faturamento da empresa no Brasil neste ano ficará abaixo dos R$ 2,2 bilhões registrados em 2010 devido a acontecimentos extraordinários como o aumento do combustível. Hoje, a indústria marítima internacional vive uma superoferta de capacidade de embarcações, muitas das quais saindo dos estaleiros depois das encomendas feitas no período pré-crise mundial. Por isso, não será possível repassar imediatamente o aumento do bunker para os valores de fretes marítimos, sob pena de os armadores perderem suas fatias de mercado.

De acordo com Thomas, os reajustes só devem ocorrer no segundo semestre, quando a relação entre capacidade de espaço e demanda de cargas deverá estar mais equilibrada. À exceção dos preços dos contêineres refrigerados (os reefers), já que o pico de embarques ocorre antes e, por isso, os valores estão sofrendo alteração. "Geralmente, os terceiro e quarto trimestres são mais fortes, mas não devemos conseguir alcançar os resultados de 2010", avalia Thomas. O faturamento da Hamburg Süd ano passado ficou 35% acima do de 2009, que caíra 32% em relação ao execício de 2008.

Depois de um 2010 surpreendentemente bom para a indústria do contêiner, a companhia enxerga 2011 com um otimismo cautelar, conforme classificou Thomas, sobre o resultados e perspectivas da empresa no mercado internacional.

Armadora - Em 2010, a Hamburg Süd movimentou 663,1 mil Teus (unidade de contêiner de 20 pés), aumento de 52% sobre 2009 e bem acima dos 518,2 mil Teus de 2008 - o melhor ano da história do transporte marítimo de contêineres. Neste exercício, a expectativa é crescer 10%, índice influenciado especialmente pelo aumento das importações em maior ritmo que o das exportações.

Números

550 Dólares foi o preço médio da tonelada de combustível naval no primeiro trimestre do ano

450 Dólares foi o preço médio da tonelada de combustível naval no ano passado. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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