Balança comercial negativa
Importações batem e somam US$ 1,9 bi a mais que as exportações. Derivados de petróleo são os principais produtos que entram no país pelo estado.
O Maranhão nunca importou tantos produtos como fez este ano. Os 101 produtos fabricados em outros países que entraram no estado até setembro pelo Complexo Portuário de São Luís representam um desembolso de US$ 4,2 bilhões, o que foi suficiente para deixar a balança comercial negativa.
O déficit é de US$ 1,9 bilhão, resultado que é 39% maior do que o anotado em 2008, ano em que foi registrado o maior déficit da balança comercial da história. O Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic) passou a acompanhar a flutuação do fluxo de mercadorias importadas e exportadas no Brasil a partir de 1999.
No entanto, a notícia não é necessariamente ruim. O fato é que 82,58% das importações do estado são com combustíveis, como diesel e querosene de aviação. Estes derivados de petróleo entram no país pelo berço 106 do Porto do Itaqui, que hoje é um dos mais importantes entrepostos de combustíveis do país. Por aqui, entram grande parte da gasolina e do diesel importados que são distribuídos pela Petrobrás para o litoral norte do país, que vai do Amapá a Pernambuco.
Assim, o volume de importação acaba sendo um bom indicador do aquecimento da atividade econômica nas regiões Norte e Nordeste do país, que tem passado por grandes transformações econômicas nos últimos anos, principalmente com os programas de distribuição de renda que tem tido reflexos significativos nos 16 estados destas duas regiões.
Resultado
Segundo os dados do Mdic, as importações cresceram 58,73% em relação a 2010, quando se anotou US$ 3,81 bilhões em importações, e mesmo constando apenas o resultado até setembro deste ano, já foi suficiente para estabelecer um novo recorde de importações. Até então, 2008, com US$ 4,1 bilhões, era o ano em que mais se tinha comprado produtos no exterior.
Estados Unidos, Índia e Coréia do Sul são os principais fornecedores de produtos para o estado. Juntos, estes países respondem por 56,5%do que foi comprado por empresas maranhenses no exterior. Quanto ao perfil dos produtos importados, além dos derivados de petróleo, destacam-se produtos alimentícios, notadamente arroz e trigo, matérias-primas para indústria química e insumos para ferrovias, como locomotivas e trilhos.
AS exportações de produtos fabricados no Maranhão também tiveram alta. Elas cresceram 2,81% e chegaram a US$ 2,33 bilhões. Se mantiverem este ritmo, as vendas no mercado externo devem superar a marca dos US$ 3 bilhões no ano. O crescimento é resultado da alta nas exportações de minério de ferro, alumina, soja, ferro-gusa, lingotes de alumínio e ouro, nesta ordem. Juntos, estes seis produtos respondem por 92,98% de tudo que foi vendido no mercado externo.
Os principais clientes são os Estados Unidos, a China e o Canadá, que juntos compraram US$ 846,38 milhões. (Fonte: O Imparcial)