Balsa é descartada, e operação de retirada de óleo está indefinida

30-12-2011 11:44

 

Calmon Bahia, comandante da Capitania dos Portos, vê navio-tanque como alternativa

Após fracasso na operação, a empresa holandesa de salvatagem Smit descartou a utilização da chata (balsa de óleo) na remoção do combustível do graneleiro Vale Beijing. A companhia deverá apresentar hoje nova alternativa à Capitania dos Portos do Maranhão, que estudará a proposta para dar ou não a autorização para a investida. Apesar de aguardar o posicionamento da empresa, o capitão de Mar e Guerra, Nelson Calmon Bahia, adiantou que uma possibilidade viável seria o uso de um navio-tanque, geralmente destinado ao abastecimento de navios em alto-mar. Neste caso, o navio-tanque faria a função inversa e removeria o óleo da embarcação.

Na última quarta-feira, a balsa foi atracada na área de fundeio número três do Porto do Itaqui, onde o navio está fundeado, e posteriormente teve seus equipamentos acoplados ao graneleiro. As condições adversas de mar e vento, porém, impediram a continuidade da operação, por causa da instabilidade da chata, risco elevado de rompimento de dutos e consequentemente, o vazamento de óleo no mar. As bombas nem sequer foram acionadas e a operação acabou suspensa.

Ontem, a empresa Smit procurou a Capitania dos Portos e argumentou haver a impossibilidade de continuar a operação com a balsa. Até então, uma saída seria remover novamente o Vale Beijing para outra área de fundeio, onde as águas são mais tranquilas. Essas áreas, porém, não dispõem de profundidade mínima necessária para a navegabilidade do navio. "O Vale Bejing necessita de pelo menos 30 metros de profundidade", afirmou Calmon Bahia.

De acordo com o comandante, a solução para remover o óleo do navio com ele ainda fundeado na Baía de São Marcos, já que a sua remoção para outro local também é considerada uma situação delicada, seria utilizar outro navio [de grande porte] na intervenção. "Com toda a experiência que possuo de Marinha, acredito que a única alternativa viável no momento seria trazer um navio-tanque para remover o óleo. Como esse tipo de navio faz apenas o abastecimento de embarcações, ele seria adaptado para realizar a tarefa inversa", explicou.

Contudo, Bahia não confirma que o navio-tanque será utilizado na operação. "Essa é apenas uma possibilidade que acredito existir. A empresa, no entanto, é quem dará uma proposta à Capitania. Enquanto isso, vamos aguardar o contato da empresa", completou.

Avarias - O navio Vale Beijing, que tem 370 m de comprimento e 65 m de largura e capacidade para carregar 390 mil toneladas de carga, está em São Luís desde o dia 3 deste mês. Ele faria sua primeira viagem, mas ao ser carregado de minério de ferro no Terminal Portuário Ponta da Madeira apresentou avarias em um dos tanques de lastro, provocando assim a entrada descontrolada de água no navio. O píer I do porto da Vale permaneceu inoperante por três dias, o que causou prejuízo em mais de 750 mil toneladas de minério de ferro à companhia.

Em seguida, o navio foi levado para a Baía de São Marcos, onde permanece até então.

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O sistema Current Buster, que tem por objetivo controlar um eventual vazamento de óleo no mar, está em alerta para o caso de imprevistos com o Vale Beijing. O sistema conta com duas embarcações "âncoras" ligadas a uma boia de contenção, e bombas de sucção. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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