Balsa que fará a retirada do óleo de navio chega 6ª-feira a São Luís
Equipamento fará a remoção de cerca de 7 mil toneladas de combustível para que os serviços de reparos no graneleiro sejam possíveis
A balsa que fará a remoção de cerca de 7 mil toneladas de combustível do navio Vale Beijing, ancorado na Baía de São Marcos por causa de avarias em um dos tanques de lastro, chegará sexta-feira a São Luís. A embarcação saiu ontem de Recife (PE) com destino à capital maranhense para cumprir a missão. Outro equipamento que será utilizado nas intervenções do graneleiro virá de Belém (PA). A empresa que realizará o procedimento é a holandesa Smit, especializada em salvatagem marítima, contratada pela STX Pan Ocean, proprietária do navio.
De acordo com o capitão-de-Mar-e-Guerra, Nelson Calmon Bahia, comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, a balsa poderá iniciar a operação de retirada de parte do combustível no fim de semana. "Para situação de emergência não existem sábados e domingos. Se tiver de ser iniciado imediatamente, será. Agora, é verdade que, se acontecer algum imprevisto, o serviço deverá ser iniciado somente na segunda-feira. Ainda não temos certeza quanto a isso", disse.
A operação já tem o parecer favorável da Capitania dos Portos e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "É necessário, no entanto, que estejam garantidas todas as medidas de segurança para uma operação deste porte. Há risco de vazamento. Por isso, devemos agir com cautela. Vale ressaltar que o Ibama ainda não foi informado da intenção da empresa em realizar a operação na sexta-feira. Acredito que o processo poderá ser iniciado apenas na segunda", completou Pedro Leão, superintendente do Ibama no Maranhão.
A operação, considerada complexa, deverá ser realizada em duas etapas. Na primeira, haverá a remoção interna da carga (minério de ferro), de um tanque reservatório para o outro. Após estabilização do navio, que deverá ter as condições mínimas de navegabilidade para que seja completada a operação, os técnicos iniciarão o procedimento de remoção de cerca de 7 mil toneladas de combustível. A balsa de óleo, como é denominada tecnicamente, ficará ancorada próxima ao Vale Beijing, e bombas de sucção farão a remoção do produto. A balsa tem capacidade para remover cerca de um terço do combustível, segundo técnicos da Marinha do Brasil. "Foi esse o acordo celebrado entre o Ibama e a STX durante a reunião realizada ontem [segunda-feira]. Nada poderá fugir a esse cronograma previamente discutido", afirmou Pedro Leão.
Simulação - Amanhã, de acordo com o superintendente do Ibama no estado, Pedro Leão, a STX Pan Ocean e a companhia Smit farão uma simulação de operação de emergência em alto-mar, para o caso de um eventual vazamento de óleo ou derramamento de minério de ferro na Baía de São Marcos. Os técnicos deverão utilizar um sistema denominado de current busquer, que além de contemplar o isolamento do navio, tem por objetivo, fazer a remoção de óleo que poderá ser lançado no mar. "Esse equipamento é o que há de mais moderno no mundo para este tipo de situação. Na ocasião, a empresa mostrará se esta ou não preparada para um possível acidente em São Luís", completou.
Na última segunda-feira, a STX Pan Ocean utilizará uma barreira de contenção móvel no Vale Beijing, em vez do equipamento fixo (boias que ficariam em volta do navio), antes exigido pelo Ibama, por causa dos riscos que envolvem as operações realizadas diariamente no local. A barreira de contenção receberá o auxílio de duas embarcações menores, que poderão fazer o seu deslocamento de acordo com a necessidade. (Fonte: O Estado do Maranhão)