Bayer e Syngenta anunciam acordo

08-04-2011 11:23

 

SÃO PAULO - O aumento da resistência de ervas daninhas ao glifosato fez com que duas gigantes do mercado de defensivos, sementes e transgênicos se unissem para desenvolver uma nova tecnologia para a soja. Ontem, a alemã Bayer CropScience e a suíça Syngenta anunciaram um acordo global para desenvolver uma semente de soja resistente ao herbicida HPPD. Os valores envolvidos no projeto não foram divulgados, mas a expectativa é que o produto seja lançado nos EUA na segunda metade desta década.

O HPPD é a sigla para a enzima hidróxi fenil piruvato dioxigenase. O defensivo, que leva o mesmo nome, age sobre essa enzima, interrompendo o ciclo de fotossíntese, matando assim as plantas expostas a ele. Com a tecnologia, a soja ganhará tolerância ao defensivo, sobrevivendo mesmo após as aplicações, que matará apenas as ervas daninhas.

Pelo acordo, a Syngenta e Bayer combinarão suas tecnologias já existentes e experiências no setor para desenvolver o novo sistema de tolerância ao herbicida. Cada uma das partes, no entanto, terá o direito de adotar a estratégia comercial que for mais conveniente. As duas multinacionais terão a co-propriedade da tecnologia, podendo utilizá-la dentro de suas respectivas linhas de produtos, podendo, no futuro, licenciá-la para outras companhias.

Em nota, o diretor-executivo da Syngenta, Davor Pisk, disse que a nova tecnologia transgênica "será uma ferramenta importante para os produtores de soja que enfrentam pressão crescente com ervas daninhas resistentes". "Vai ampliar as opções disponíveis para agricultores e expandir a oportunidade no mercado para nosso herbicida líder", disse Pisk no comunicado. Ainda em nota, Lykele van der Broek, diretor-executivo da Bayer CropScience disse que com a colaboração a empresa permitirá um complemento ao portfólio de herbicida para a soja.

A decisão em criar uma soja tolerante a um novo herbicida decorre o rápido crescimento de ervas daninhas resistentes ao glifosato. Estimativas das indústrias indicam que já existam hoje pelo menos onze espécies de ervas daninhas resistentes ao glifosato nos Estados Unidos. O problema já cobriu uma área de quase 3 milhões de hectares na última safra e as expectativas é que atinja mais de 15 milhões de hectares em 2013.

O princípio da tecnologia que está sendo desenvolvida pelas empresas europeias é semelhante à criada pela americana Monsanto, com o glifosato. A diferença, contudo, é que o glifosato inibe a produção de uma enzima que sintetiza aminoácidos necessários ao desenvolvimento dos vegetais.

Também no caminho de ser uma alternativa ao glifosato, a alemã Basf desenvolveu em parceria com a Embrapa uma soja resistente a seu herbicida. A tecnologia foi liberada em 2009 e tinha previsão de lançamento na safra 2011/12. O lançamento foi adiado em um ano para que fossem obtidos os registros nos países importadores. (Fonte: Valor Online, Empresas)

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