BNDES seguirá estimulando crédito de longo prazo, afirma Coutinho

13-05-2012 09:30

 

Presidente do BNDES afirma que diminuição das taxas de juros pelos bancos federais não comprometerá a disposição da instituição.

Rio - O movimento do governo, por meio dos bancos federais, para diminuir os spreads (diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos e as taxas pagas pelos bancos aos investidores), não compromete a disposição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de fomentar o crédito de longo prazo. A avaliação foi feita sexta-feira pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, após participar do seminário Política Industrial no Século 21, no Rio de Janeiro.

Ele explicou que, à medida que a taxa de juros vem caindo, a diferença entre a taxa básica de juros (Selic) e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), cobrada pelo BNDES em suas operações de financiamento, "está se estreitando mais rapidamente do que se pensava".

Coutinho acrescentou que à medida que há a aproximação entre as taxas de curto prazo de capital de giro e as taxas de longo prazo, esse "processo de convergência" torna mais fácil, em uma situação em que a economia está crescendo abaixo do seu potencial, que o governo se esforce para induzir o sistema de crédito a ter juros também de capital de giro mais baixos. Coutinho constatou que o sistema bancário privado já reagiu de forma positiva a esse desafio.

"O que nós precisamos é ter a capacidade de induzir a recuperação da economia brasileira para uma taxa condizente com o nosso potencial", disse. Coutinho advertiu, porém, que a taxa de crescimento depende também do esforço de investimento. "Uma economia que investe mais pode crescer mais, com estabilidade", completou.

Crescimento - O presidente do BNDES declarou que a meta é elevar a taxa de crescimento do Brasil para 4,5%. "Isso vai depender que o investimento cresça e a taxa de investimento suba de 20% para 22%, 23%, 24% (do Produto Interno Bruto-PIB), que a produtividade suba, que essas coisas aconteçam simultaneamente para poder sustentar um crescimento de 4,5% ou mais".

Como o país cresce hoje abaixo desse nível, Coutinho afiançou que o esforço do governo está sendo feito para devolver a economia para uma trajetória de crescimento.

Ele acredita que, na disputa por juros menores, haveria dinheiro dos bancos privados para atender tanto a demanda de curto, como de longo prazo.

Curto prazo - Segundo o presidente do BNDES, existe um "manancial de poupança" concentrado em papéis de curto prazo. E revelou que está em discussão avançada na área econômica a ideia de aperfeiçoar medidas que foram tomadas no final de 2010 para estimular os papéis de longo prazo.

Informou que as debêntures privadas de longo prazo já vêm crescendo dentro desse cenário "e podem ocupar um espaço ainda maior. Nós estamos trabalhando nessa agenda".

De acordo com Coutinho, o governo tem por meta uma agenda construtiva. "Não é só o juro se aproximar dos padrões internacionais, mas também a configuração do sistema brasileiro se aproximar da configuração internacional, onde o sistema bancário privado possa ser capaz de oferecer crédito de longo prazo, onde o mercado de capitais seja uma mola propulsora de financiamento de longo prazo. E a poupança tenha incentivos para migrar para prazos mais longos", explicou.

BNDES fará palestra para empresários na Fiema

Estão abertas as inscrições para a palestra "O BNDES para micro, pequenas e médias empresas", que será realizada terça-feira, às 19h, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). Micro, pequenos e médios empresários maranhenses (MPMEs), além de empreendedores interessados podem ser inscrever gratuitamente pelo site do banco, no endereço www.bndes. gov.br/palestras. As vagas são limitadas.

Trazido a São Luís por inciativa da Fiema, o evento faz parte do ciclo de palestras iniciado pelo BNDES para todo o Brasil, com objetivo de divulgar os principais produtos e linhas de crédito disponíveis aos empresários.

São apoios financeiros diversos, com recursos disponíveis para financiar projetos de investimento (BNDES Automático), adquirir máquinas e equipamentos (BNDES Finame/PSI), constituir garantias (BNDES FGI), assim como apoio para capital de giro (Progeren) e acesso ao Cartão BNDES.

Também estarão presentes os bancos Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa, instituições financeiras conveniadas ao BNDES que darão suporte técnico para esclarecimento de dúvidas e orientação sobre a opção mais adequada à necessidade de cada empreendimento.

Plano - Para o presidente da Fiema, Edílson Baldez das Neves, dar oportunidade ao empresariado de acesso a esse tipo de informação faz parte do plano estratégico da entidade.

"A Fiema tem como orientação estratégica dar suporte ao desenvolvimento da indústria no Maranhão. Assim, é uma obrigação nossa apoiar e promover qualquer evento que dê acesso e disponibilize informações relacionadas aos negócios para aumentar a competitividade das empresas industriais maranhenses", afirmou Baldez.

Já para o BNDES, a divulgação das linhas de financiamento para MPMEs é uma forma de ampliar ainda mais o apoio a esse segmento empresarial no Maranhão, para o qual as operações do banco cresceram 69% no primeiro trimestre de 2012, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Números

R$ 45 bi É o total de aportes do Governo Federal ao BNDES já feito este ano

R$ 55 bi Foi o total de aportes ao BNDES feito pelo Governo Federal no ano passado. (Fonte: O Estado do Maranhão)

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621