Cai participação de microempresas maranhenses no comércio exterior

30-10-2011 12:54

Estudo do Sebrae revela que em 2009 um total de 19 micro e pequenas empresas no estado realizaram operações de comércio exterior

O número de micro e pequenas empresas maranhenses que exportaram produtos para o mercado internacional recuou 26,4%. Em 2009, totalizavam 19 as empresas deste segmento que fizeram operação de comércio exterior no estado, caindo para 14 em 2010. É o que revela estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com o estudo do Sebrae denominado As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira, com base nas informações da Secretaria Nacional de Comércio Exterior (Secex), em 2010, um total de 56 empresas no Maranhão fizeram transações para o mercado internacional. Desse universo, as micro e pequenas empresas representavam apenas 14, ou seja, participação de 25%.

Outro dado que dá uma dimensão do quanto é pequena a participação das microempresas no comércio exterior é o valor exportado, que corresponde a 0,09% das transações totais de exportação do Maranhão. Em 2010, o estado vendeu US$ 2,9 bilhões em produtos para o mercado internacional, sendo que desse valor o segmento respondeu por somente US$ 2,7 milhões.

O diretor técnico do Sebrae, José de Ribamar Morais, que tem vasto conhecimento na área de comércio exterior, atribuiu aos efeitos da crise financeira de 2008, que se estendeu até 2009, a queda no número de micro e pequenas empresas exportadoras no estado.

"Com a crise, muitas empresas foram banidas do comércio exterior", afirmou José de Ribamar Morais, ao observar que elas precisarão de mais tempo para voltar a operar no mercado internacional.

Além da questão conjuntural de crise, são vários os gargalos que emperram uma maior participação das empresas maranhenses no mercado internacional. O primeiro deles é o próprio desconhecimento do empresário sobre comércio exterior. "Falta informação ao nosso empresariado", apontou o diretor técnico do Sebrae.

Outro fator limitador é o pouco investimento das micro e pequenas empresas em tecnologia e em inovação, que possa lhe garantir competitividade, além do autocusto da produção brasileira, pelo excesso de tributação. "O desenvolvimento de arranjos produtivos e a assimilação da cultura do associativismo podem mudar essa realidade", frisou Morais.

As poucas micro e pequenas empresas que ainda exportam para o exterior atuam em grande parte com produtos do agronegócio, com a venda de couro e peles bovinas, carne desossada, óleo bruto de babaçu e mel. Mas, ainda que em volume menores, esses produtos contribuem para a ampliação e diversificação da pauta exportadora do estado, que ano passado estava concentrada em seis grupos de produtos que integram os complexos minério ferro, alumínio e soja.

Mas, segundo o Sebrae, são inúmeras as oportunidades de negócios, como, por exemplo, na área moveleira, setor que o Maranhão já tem experiência em vendas para o mercado internacional, sobretudo empresas da região tocantina. Também há nicho nas áreas de confecções, cachaça e mel.

José de Ribamar Morais disse que o mercado existe. O que falta é uma política voltada para a inserção das empresas maranhenses, especialmente as micro e pequenas no mercado internacional. "Mercado tem. O que falta é gestão para que isso aconteça", constatou.

Cooperativa exporta óleo de babaçu para a Europa

Um exemplo de que o associativismo pode dar certo é a Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco, que tem mercado cativo na Europa. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), somente este ano (de janeiro a setembro), já exportou 86,4 toneladas de óleo bruto de babaçu para a Itália e Holanda, o que rendeu aos cooperados US$ 320 mil.

Em relação ao mesmo período de 2010, o valor das vendas da cooperativa maranhense para os mercados italianos e holandês teve incremento agora em 2011 de US$ 69 mil, ou 27,52% de crescimento. Em termos de volume, aumentou 14 toneladas em comparação ao ano passado.

A maior parte das vendas da cooperativa local teve como destino a Holanda. Para esse país, somente este ano foram comercializadas 72 toneladas de óleo bruto de babaçu, resultando em negócios da ordem de US$ 268,4 mil, ou US$ 69,7 mil a mais que em igual período de 2010.

Segundo o relatório de acompanhamento do MDIC, para a Itália, os negócios da cooperativa maranhense envolveram a venda de 14,4 toneladas de óleo bruto de babaçu, que resultaram na apuração de US$ 51,6 mil.

No acumulado do ano, de 20 estados que registraram venda de produtos para o mercado exterior por meio de cooperativas, o Maranhão ocupa a 18ª posição no ranking nacional, superando Paraíba e Rio de Janeiro.

Nos primeiros nove meses de 2011, as exportações brasileiras de cooperativas apresentaram crescimento de 35,5% sobre igual período de 2010, alcançando um total de US$ 4,582 bilhões. A participação do setor na pauta de exportações brasileira está em 2,4%, resultado que representa o melhor patamar da série estatística iniciada em 2005.

São Paulo foi o estado com maior valor de exportações de cooperativas, com US$ 1,564 bilhão, representando 34,1% do total das vendas internacionais deste segmento. O estado ultrapassou o Paraná (US$ 1,547 bilhão, 33,8%), que até agosto deste ano se mantinha na liderança das vendas aos mercados externos. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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