Capitania dos Portos descarta remoção do navio avariado do local onde ele está

11-12-2011 11:30

O comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, Capitão-de-Mar-e-Guerra Nelson Ricardo Calmon Bahia, informou que não existe informação oficial ou extra-oficial sobre a remoção do navio Vale Beijing de São Luís para Fortaleza (CE). "Nas condições atuais, de carga e combustível, o navio não pode ser retirado porque poderia agravar a avaria existente", declarou. As informações foram repassadas na tarde de ontem durante a coletiva de imprensa realizada na Capitania dos Portos, no Centro.

A possibilidade de transferência do Vale Beijing para fortaleza foi replicada através de sites de notícias nacionais e locais nos últimos dias. A remoção seria uma forma de auxiliar o trabalho de mergulhadores para checarem o tamanho da fissura existente no casco do tanque de lastro da embarcação. O trabalho seria mais difícil em São Luís onde as águas são mais escuras, enquanto em Fortaleza as águas são mais claras e límpidas.

O Capitão-de-Mar-e-Guerra informou que esta semana chegaram à capital maranhense os profissionais da empresa holandesa Smit que procederá os serviços de reparo da embarcação. O cronograma das ações a serem realizadas pela Smit já foi solicitado pela Capitania dos Portos. Embora o documento ainda não tenha sido entregue, o capitão dos Portos adiantou que a retirada da primeira parte de óleo ocorrerá nos próximos dias.

Calmon Bahia explicou que o procedimento é tanto uma precaução de segurança em relação ao meio ambiente como para a realização dos reparos no próprio navio. "Um navio grande como esse e com a capacidade de carga de 400 mil toneladas precisa que qualquer manobra seja calculada para manter o equilíbrio da embarcação e evitar a quebra do navio", destacou. Aproximadamente 7,5 mil toneladas de óleo estão sendo carregadas pelo Vale Beijing.

Retirada da carga

Além da retirada parcial do óleo, também haverá a retirada de minério, mas o prazo para o procedimento ainda não foi divulgado. Durante a entrevista, o Capitão dos Portos reafirmou que até o momento o problema está restrito à rachadura no tanque de lastro e que não risco de vazamento de óleo ou minério. Ele também reforçou que a Capitania está acompanhando diariamente a situação e procedimentos realizados no navio.

O comandante também falou sobre a abertura de inquérito administrativo pela Marinha para apurar as causas do incidente. O procedimento foi instaurado no último dia 5 e tem um prazo de 90 dias, sujeitos a prorrogação, para ser concluído. Entre as possíveis causas estaria a forma de carregamento do navio ou mesmo a fadiga do material utilizado. Apesar de ser uma embarcação nova, a saturação da estrutura poderia ter ocorrido por erro de cálculo ou qualidade do material, explicou o Capitão dos Portos.

Calmon Bahia fez questão de ressaltar que somente com a conclusão do inquérito será possível obter respostas precisas sobre o que ocorreu. "Não é da noite para o dia que uma apuração de responsabilidade correta e de forma imparcial será executada", destacou o comandante ao falar dos prazos. O inquérito também reunirá informações sobre o plano de carga do navio que detalha a carga e os efeitos do material transportado sobre a estrutura da embarcação.

NÚMEROS
400
mil toneladas é a capacidade máxima de carga do graneleiro Vale Beijing

360
mil toneladas é a quantidade aproximada de minério embarcado no navio

7,5 mil toneladas
é o peso aproximado do óleo existente na embarcação. (Fonte: O Imparcial)

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