Capitania: Vale Beijing só será carregado depois de vistoria

10-08-2012 08:26

A Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA) informou ontem que técnicos da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, vindos do Rio de Janeiro, vão inspecionar a estrutura do navio Vale Beijing hoje. A embarcação, da classe Valemax, de 390 mil toneladas de capacidade de carga, estava prevista para atracar ontem no Píer I do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), mas continuou fundeada na Baía de São Marcos, em um ponto localizado a 47,5 km do terminal.

A embarcação chegou nesta semana à costa de São Luís depois de oito meses do acidente ocorrido durante a sua viagem inaugural, em dezembro de 2011, quando rachaduras nos tanques de lastro interromperam a operação.

Segundo a CPMA, o plano inicial para o Vale Beijing era deixar o ponto de fundeio atual e navegar para as proximidades da Ilha do Medo, na zona portuária de São Luís. O local é chamado de Área 6 (o ponto anterior é denominado Área 1, na Baía de São Marcos). Entretanto, segundo o comandante da Capitania, Jair dos Santos Oliveira, apesar de a Área 6 ser um local mais propício para a vistoria do que em alto-mar, por decisão do comandante do cargueiro o Vale Beijing não deve deixar a Área 1.

"O capitão do Vale Beijing [nome não informado] comunicou no fim da tarde à Capitania a decisão de permanecer na atual área de fundeio, alegando receio quanto à força das correntes marítimas na Área 6. Nesse caso, vai demorar umas cinco horas para chegar ao local, se formos levar de barco a equipe de inspeção. Há a possibilidade de o armador contratar uma aeronave [helicóptero] para agilizar a operação", relatou o comandante da Capitania.

Ontem, no Píer I de Ponta da Madeira, em vez do Vale Beijing, estava atracado o navio Berge Stahl, antecessor dos Valemax na classificação maior graneleiro do mundo, carregando 355 mil toneladas de minério de ferro. De acordo com o site da Vale, o Berge Stahl tinha previsão de partida para às 21h54 de ontem. Curiosamente, até o fim da tarde, no site em referência não aparecia o registro do Vale Beijing, embora o navio constasse no sítio eletrônico da praticagem Pratimar e também no Marine Traffic, que monitoram constantemente o tráfego de embarcações.

De acordo com informes da Capitania dos Portos, o Vale Beijing está autorizado a permanecer em São Luís até domingo. Isso significa que o carregamento do navio deve ser concluído amanhã, caso a inspeção da Marinha aprove a operação.

Acidente - O Vale Beijing chegou nesta semana a São Luís, depois de oito meses do acidente ocorrido durante a sua viagem inaugural, em dezembro de 2011, quando rachaduras nos tanques de lastro interromperam a operação. O risco de naufrágio e de um eventual desastre ambiental, com o derrame de óleo combustível, fez com que se montasse um esquema emergencial de retirada do navio do terminal para um ponto a 60 km da costa, na Baía de São Marcos.

A operação de resgate foi um sucesso. A medida tomada evitou um possível congestionamento na zona portuária, como ocorreu em 1994, quando um plano de carga errado fez o graneleiro Trade Daring, que estava atracado no Píer I de Ponta da Madeira, partir-se em dois e naufragar no terminal, prejudicando as operações no setor. Na ocasião, demorou cerca de 20 dias para que os pedaços do navio fossem retirados do atracadouro.

Em alto-mar, técnicos da companhia responsável pelo navio, a STX Pan Ocean, realizaram um reparo de emergência no casco do navio. Também foi feita a redistribuição de parte do minério de ferro que estava no porão 7, o mais próximo da área afetada pelas rachaduras, para estabilizar o navio, que apresentava estava com a popa mais submersa do que a proa (frente).

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O Vale Beijing é da classe Valemax, os maiores mineraleiros (conforme denomina a Vale) do mundo, com 361 metros de comprimento, 65 m de largura, 23 m de calado máximo (distância da linha d'água até o fundo do navio), capacidade de carga de 390 mil toneladas. O estaleiro da STX na Coreia do Sul, de acordo com agências internacionais de notícias, está construindo mais sete embarcações do porte do megacargueiro.

(Fonte: O Estado do Maranhão)

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