Carolina também começa a mudar

05-12-2010 11:40

Em Carolina, as mudanças são menos significativas do ponto de vista da infra-estrutura. Entretanto, as maiores alterações no município ocorrerão a partir de agora, com o enchimento do lago do reservatório da UHE Estreito.

Ao contrário do município de Estreito, Carolina não sofreu tanto com o fluxo migratório, mas perceberá as maiores conseqüências do ponto de vista sócio-ambiental neste momento. Com o enchimento do lago, alguns pontos turísticos de Carolina desaparecerão, como a praia do Rio Tocantins e a Ilha dos Botes. A Cachoeira do Porão também deverá desaparecer nos próximos três meses. Pontos turísticos mais tradicionais, como as cachoeiras de Pedra Caída e as de Itapecuruzinho serão preservadas.

Além disso, Carolina foi o município maranhense onde houve o maior deslocamento de famílias em função da UHE Estreito. Somente às margens do Rio Tocantins, por exemplo, conforme dados da Prefeitura de Carolina, cerca de 230 famílias precisaram ser realocadas por causa da UHE.

Isso pode ser visto claramente nas proximidades do porto do município. O que antes era um local cheio de casas, algumas modestas, de palha, outras de alvenaria, bem estruturadas, hoje são apenas montes de cimento e concreto. O próprio porto teve de ser refeito por causa do enchimento do lago, iniciado terça-feira, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao todo, cerca de 3,5 mil famílias, nas 12 cidades, foram atingidas pela construção da usina. Um total de 98% dos processos de desapropriação foram resolvidos de forma amigável.

Áreas de lazer - Apesar dos impactos sócio-ambientais, Carolina também terá novas áreas de lazer. Uma estrutura com campos de futebol foi erguida no antigo parque de exposições do município. Assim como Estreito, Carolina também teve sua estrutura pública ampliada para comportar o crescimento do município, principalmente por causa do turismo que a usina hidrelétrica ajudou a fomentar.

Somente durante a fase de implantação da hidrelétrica, 25 empresas se instalaram em Carolina e isso gerou um aumento significativo de receita municipal durante três anos. O que antes era arrecadado de Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN), na casa dos R$ 70 a R$ 100 mil ao ano, hoje gira em torno de R$ 500 mil anuais.

Uma maior demanda de serviços obrigou a Prefeitura de Carolina a aumentar de 1,2 mil para 1,5 mil sua folha funcional e a ampliar de sete para 10 as secretarias municipais. Um fórum também foi construído na cidade, assim como em Estreito, e houve nos três anos melhorias nos setores de Segurança Pública e Saúde com novas viaturas e ambulâncias disponibilizadas para a cidade. “Não deixa de impactar, afinal é um investimento de mais de R$ 3 bilhões”, declarou o prefeito de Carolina, João Alberto Silva (PSDB). (O Estado do Maranhão; Ed. 17.647; Complemento B; Economia - pág. 02)

 

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