CNI prevê maior moderação no ritmo de expansão da atividade em 2011

15-04-2011 14:59

 

BRASÍLIAA Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma maior moderação no ritmo de expansão da atividade em 2011. Na revisão trimestral de parâmetros macroeconômicos, a CNI reduziu a expectativa para a variação real do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% para 3,5%, no ano. Ou seja, metade do crescimento de 7,6% do PIB em 2010.

A inflação quase no topo da meta e o forte ingresso de dólares obrigam o governo a tomar medidas de contenção que acabarão afetando o crescimento. O PIB industrial deve crescer cerca de 2,8%, após expansão recorde de 10,1% ano passado.

“A expectativa é de um lento crescimento do setor industrial ao longo do ano”, explicou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco, com base em indicadores que mostraram desaceleração no início do ano.

Para a inflação, a expectativa da entidade industrial aponta 6% para o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), bem perto do teto de 6,5% da banda fixada pelo governo, que tem como centro 4,5%.

“Temos uma pressão na inflação que não vem só dos preços das commodities no mercado internacional”, cita Castelo Branco. Segundo ele, a alta de preços dos serviços repassa seus custos ao setor manufatureiro. Ele lembra ainda que há “uma memória inflacionária” via indexação de preços contratados.

“A política fiscal vem sendo subutilizada no controle da inflação”, segundo o economista da CNI, Flávio Castelo Branco. Com isso, os juros são elevados, encarecendo os investimentos.

“Na nossa visão, o eixo do combate à inflação deveria ser a política fiscal, para que o Banco Central não tenha que aumentar os juros” ainda mais, comentou ele, que trabalha com a taxa básica Selic em 12,5% ao fim do ano.

O consumo das famílias crescerá menos, cerca de 4,5% ante os 7% registrados em 2010, para a CNI. Enquanto o consumo do governo está previsto em mais 2,8% sobre 2010.

A excessiva valorização do real, para a CNI, se dá não só com relação ao dólar americano, mas frente a várias moedas com as quais o Brasil transaciona.

“Desde 1994, a moeda brasileira valorizou-se 39% em relação ao dólar e 41% frente à cesta de 13 moedas. Nesse mesmo período, o índice de rentabilidade das exportações da Funcex recuou 20%”, cita a entidade.

Mesmo destacando que a trajetória da taxa de câmbio é de queda e que a enxurrada de dólares que entra no país prejudica o comércio exterior, a CNI espera um resultado melhor para a balança comercial.

A projeção do saldo subiu de US$ 4 bilhões para US$ 20 bilhões em 2011, em função de ganhos com maior volume e preços mais elevados nas exportações de produtos básicos.

(Fonte: Valor Online)

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