Com capacidade de gerar 1.087 MW, Estreito entra em operação em 2011

16-12-2010 17:31

A Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1) do governo federal, situada na divisa entre o sudoeste do Maranhão e o norte do Tocantins, prepara-se para iniciar o enchimento do reservatório, abrangendo 12 municípios dos dois Estados. A previsão é que a primeira unidade geradora comece a funcionar no início de 2011. O empreendimento exigiu investimentos de R$ 4 bilhões e terá capacidade para gerar 1.087 megawatts (MW) de energia elétrica.

A usina tem ainda a vantagem de estar em uma região altamente favorecida pela energia eólica, podendo compensar os períodos de baixa vazão. Está a cargo do Consórcio Estreito Energia (Ceste), formado pelas empresas GDF SUEZ/Tractebel Energia (40,07%), Companhia Vale do Rio Doce (30%), Alcoa (25,49%) e Camargo Corrêa (4,44%). A Ceste se dedica, nesse momento, à finalização da montagem da primeira unidade geradora para que sejam iniciados os testes operacionais para a entrada em operação comercial no início do próximo ano.

"Uma obra deste porte é importante em qualquer lugar do mundo. São investimentos de cerca de R$ 4 bilhões que vão continuar gerando empregos, royalties, enfim, toda sorte de benefícios", afirma José Renato Ponte, diretor presidente do Ceste. Segundo ele, "o Projeto Básico Ambiental, composto por 39 programas socioambentais, está sendo cumprido de forma integral, com a aplicação de mais de R$ 600 milhões de investimentos. Os programas abrangem clima, sismo, água, solo, saúde, fomento de atividades econômicas e educação ambiental. Para o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, "o empreendimento hidrelétrico faz do Maranhão um Estado que se consolida no setor energético, atraindo novos investimentos".

Para o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner Moreira, "é preciso desmistificar as ideias negativas sobre construções de hidrelétricas no país". "Só quando se conhece de perto todo o trabalho realizado na hidrelétrica de Estreito, pode-se dimensionar os benefícios para a região e para o país", afirma. Pelos cálculos do gerente de contratos do Ceste, o engenheiro Massilon Gomes, a UHE terá capacidade de "suprir na totalidade as demandas atuais de energia de Maranhão e Tocantins juntos".

Paralelamente, investidores da área de energia eólica se debruçam sobre novos projetos que visam complementar a geração hidrelétrica no período de seca dos rios. "Nos dois últimos leilões tivemos uma comercialização de aproximadamente 3.880 MW de energia. Essa comercialização permitirá que até 2013 tenhamos um investimento da ordem de R$ 16 bilhões em energia eólica no Brasil inteiro. Desse total, R$ 13 bilhões serão empregados no Nordeste", afirma Ricardo de Maya Gomes Simões, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

"No Brasil, a partir do leilão no ano passado, o segmento de eólica efetivamente tomou rumo, solidificou", afirma Manfred Hattenberger, gerente geral para o mercado de eólica da ABB Brasil. Dados da Empresa de Pesquisa Energética apontam que em 2010 o mercado de eólica terá um aumento em torno de 50%. Entre as empresas decididas a investir em energia eólica destaca-se a CPFL Geração de Energia. A companhia já recebeu o sinal verde do BNDES - o banco aprovou financiamento de R$ 574 milhões para a CPFL construir sete parques eólicos no município de Parazinho (RN). O projeto terá potência instalada total de 188 MW e inclui o sistema de transmissão associado. Durante as obras, serão criados 1,5 mil empregos diretos e 4,5 mil indiretos. O BNDES participará com 71,6% do valor total do projeto, de R$ 801,8 milhões.

(Valor Econômico; Primeiro Caderno; Especial- pág. 06)

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