Com plano de fabricação no Brasil, ZTE lança tablet

14-04-2011 14:52

 

A ZTE inicia a venda de seu primeiro tablet no mercado brasileiro no fim deste mês. Para ganhar espaço entre modelos concorrentes como o iPad, da Apple, e o Galaxy Tab, da Samsung, a fabricante chinesa de dispositivos móveis e equipamentos de telecomunicações aposta no preço mais acessível. Na Europa, o V9, que roda o sistema operacional Android, do Google, é vendido por cerca de US$ 300, com 3G, Bluetooth e acesso à internet sem fio via Wi-Fi. Os concorrentes têm preços iniciais de US$ 499 nos Estados Unidos, sem acesso à rede 3G.

O Brasil é o primeiro país da América Latina a receber o computador em forma de prancheta da ZTE, que chegou no Natal passado à Ásia e Europa, destaca o vice-presidente mundial de aparelhos celulares da ZTE, He Shiyou, em entrevista exclusiva ao Valor. Segundo ele, o V9 começa a ser vendido pela Vivo no dia 27 de abril, ainda sem preço local definido. A oferta em redes varejistas está programada para o segundo trimestre.

A fabricação local dos tablets também está nos planos da ZTE, assim como a produção de celulares e smartphones. "Os primeiros lotes [de tablets] serão importados da China, mas já estamos em contato com fábricas nacionais e devemos ter os primeiros equipamentos fabricados no Brasil entre o terceiro e o quarto trimestres", afirma He.

Na visão do executivo, a proposta de isenção de impostos para tablets fabricados no país é mais um incentivo à nacionalização de dispositivos móveis pela ZTE: "Nosso plano é cooperar com o governo, especialmente em tablets com a plataforma Android."

Lançado em outubro, o tablet da ZTE com tela sensível ao toque, de 7 polegadas, registrou 200 mil unidades vendidas até o Natal, segundo He. O dispositivo conta com câmera de 3 megapixels e permite a realização de chamadas em viva-voz, como o Galaxy Tab, da Samsung.

A ZTE ainda planeja a oferta de mais uma versão de 7 polegadas, com melhorias na tela, processador mais potente e acelerômetro - recurso que promete aprimorar a experiência em jogos - e outro modelo do V9 com tela de 10 polegadas, ainda este ano.

Outra aposta da fabricante chinesa para este ano é a popularização dos smartphones. A companhia prometeu, em março, lançar celulares inteligentes com preços a partir de US$ 100, nas plataformas Android e Windows Phone 7, da Microsoft.

Segundo He, o Brasil também é endereço certo para a venda dos smartphones a partir do segundo trimestre. Adiantou que entrará para a linha de produção inicialmente dois modelos e há planos para, posteriormente, lançar mais cinco aparelhos.

A receita da empresa para este ano está estimada em US$ 400 milhões, com a venda de 5 milhões de celulares no país, incluindo 500 mil smartphones, informa o vice-presidente de aparelhos celulares para o Brasil, Radio Wei. No ano passado, a ZTE comercializou 3,55 milhões de terminais, sendo 2,5 milhões de celulares, 1 milhão de modens e o restante envolvendo roteadores e dispositivos para acesso a redes sem fio.

Mundialmente, a companhia informou ter vendido, no ano passado, 93 milhões de terminais, distribuídos entre 63 milhões de celulares, 30 milhões de modens portáteis para acesso a redes 3G e o restante tablets e outros dispositivos. "A meta de venda de terminais é alcançar 120 milhões de unidades em 2011", antecipa o vice-presidente mundial.

Como o volume é significativo num segmento sensível a preços, a companhia optou por concentrar 60% de suas vendas no varejo. Segundo He, haverá um esforço para fazer negócio com grandes varejistas, como meio de atingir o público.

A expansão do portfólio também reflete a aceleração no mercado de dispositivos móveis, ante o setor de infraestrutura, afirma Wei, que responde pelo mercado brasileiro. Segundo ele, 70% da receita de 70,26 bilhões de yuans (US$ 10,73 bilhões) registrada pela ZTE no ano passado partiu de equipamentos para operadoras móveis - avanço de 30% ante 2009. Por outro lado, os celulares e modens 3G representaram 30% do resultado, embora o crescimento anual tenha sido de 40%. "Este ano devemos ter participação equiparada de 50% da receita proveniente de cada segmento", prevê Wei.

A ZTE também informou ontem que oficializou uma parceria com a prefeitura de Hortolândia, no interior de São Paulo, para a construção de um novo polo de produção industrial. O acordo foi assinado pelo prefeito de Hortolândia Ângelo Perugini, na presença da presidente Dilma Rousseff e do presidente da China Hu Jintao, durante a cerimônia para assinatura de acordos bilaterais com empresas dos dois países.

Segundo o presidente da ZTE do Brasil, Yuan Lie, informou em nota, "esta unidade será responsável por atender toda a América do Sul e consolida o Brasil como o centro de operações para a região". O polo concentrará produção, centro de treinamento, centro de distribuição logística e também o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento da companhia na América Latina.

A operação brasileira iniciou em 2001 e vem mantendo um crescimento sustentado desde então, com uma média anual superior a 100% nos últimos três anos, segundo a companhia.

 (Fonte: VALOR ECONÔMICO, EMPRESAS)

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