Comércio varejista deverá crescer em um ritmo menor este ano, aponta o Dieese

12-03-2011 15:59

O comércio varejista brasileiro, que em 2010 cresceu 10,9%, deve manter essa curva ascendente este ano, porém em ritmo menor, de acordo com Nota Técnica divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Isso como reflexo do menor reajuste do salário mínimo, da desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da queda no nível de oferta do emprego formal (com carteira assinada).

O crescimento menor do varejo este ano também deve ser influenciado pelas medidas adotadas pelo Governo Federal para conter a inflação, mas que acabam atingindo o consumo, como a contração na oferta de crédito e o corte no Orçamento da ordem de R$ 50 bilhões.

As medidas para esfriar a demanda foram tomadas pelo governo ainda em 2010, em pelo período natalino, quando anunciou, por exemplo, a elevação do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo, reduzindo os recursos dos bancos disponíveis para empréstimos.

Também com o objetivo de esfriar o consumo, o governo encareceu o financiamento de longo prazo nas instituições bancárias para as pessoas físicas, além de ter tomado outras medidas, que enxugarão R$ 61 bilhões da economia, reduzindo a disponibilidade de crédito.

Na própria Nota Técnica produzida pelo Dieese, que faz um balanço do comércio varejista e as perspectivas para 2011, a entidade cita a estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) de que o setor deverá crescer no mínimo de 6% este ano.

A projeção da CNDL leva em conta o aumento da massa salarial, maior determinante das vendas do setor, e o crédito, ainda que o governo tenha tomado medidas de contenção. Também há aspectos conjunturais que são levados em conta para o crescimento do varejo em 2011, embora em escala menor, como investimentos em novos shoppings e redes de comércio.

Contenção - O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Maranhão (FCDL), Alberto Nogueira da Cruz, também acredita que o comércio deva crescer em 2011, mas em patamar inferior ao ano passado. “A contenção do crédito deve impactar nas vendas do setor”, avaliou.

Alberto Nogueira disse, no entanto, que a partir de abril o comércio deverá retomar o aquecimento, após um período inicial de ano novo que historicamente se caracteriza por retração nas vendas. “A partir do próximo mês, o comércio deve reagir e retomar o ritmo de vendas”, observou.

Nos três primeiros meses do ano, geralmente o trabalhador direciona seu orçamento para pagamento de despesas ainda decorrente do Natal, como também relacionadas a escolas (matrícula e material escolar) e tributos (IPVA).

 

(Fonte: Jornal O estado do maranhão, edição:17.742, Economia, pg.10)

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621