Criação de empregos cresce no Maranhão

10-04-2011 10:53

 

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2010 foram criados 43.005 empregos no Maranhão. O setor em que houve maior disponibilidade de vagas foi o de serviços, com um saldo de 15.100 empregados, seguido da construção civil, com 12.446, e comércio, com 12.087. De acordo com dados repassados pela Secretaria de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sedinc), 10.116 empresas ingressaram no mercado e foram registradas 1.167 filiais de empreendimentos, representando um crescimento de 30,5%. A estimativa de arrecadação do Produto Interno Bruto (PIB) este ano é de R$ 52 milhões, o que equivale a um aumento de 7% em relação ao ano passado.

O Maranhão está vivendo um boom na criação de empregos. Após ter saldo negativo em 2009, quando nenhum emprego foi criado e 4.784 foram perdidos, desde o ano passado a economia do estado tem apresentado resultados surpreendentes. Em 2003, o primeiro ano a que se tem acesso pelas estatísticas do Caged, foram criados 6.093 empregos. Em 2010, os números saltaram para 43.005 vagas de trabalho.

Diante dos dados, a explicação para a evolução econômica e, conseqüentemente, o aumento de oportunidades de emprego é que muitos empreendimentos nacionais e internacionais têm investido na região. Alguns dos destaques é a implantação da Refinaria Premium I, a fábrica de papel e celulose Suzano, a descoberta de gás natural e petróleo, ampliação do Porto do Itaqui, ampliação da malha ferroviária, duplicação da BR-135, ampliação do setor de construção civil, entre outros.

As empresas têm enfrentado, porém, problemas em conseguir mão-de-obra qualificada. Algumas empresas, como a Vale, estão com déficit de funcionários em determinados setores. Alguns exemplos são nos cargos de geólogo, engenheiro de minas, engenheiro metalúrgico, analista de meio ambiente, engenheiro ferroviário, operador de ferrovia, maquinista, técnico de mineração e técnico de via portuária. “Existe uma carência muito grande de profissionais. Por isso, várias vezes a empresa tem de chamar pessoas de fora do estado”, conta o gerente-geral de recursos humanos da Vale, João Menezes.

Outro exemplo de deficiência ocorre em Imperatriz. Há um ano a Prefeitura procura médico intensivista pediátrico para fazer parte do corpo de funcionários do Hospital Municipal e receber um salário de R$ 30 mil. Por causa da falta de profissionais, o local está funcionando de maneira comprometida. A secretária de Saúde, Conceição Madeira, afirma que procurou médico especialista até em outros estados e fez divulgação na internet, mas não obteve sucesso.

Conforme dados do Caged, os empregos com maior saldo no Maranhão em 2010 foram para servente de obras, vendedor de comércio varejista, trabalhador volante da agricultura, operador de caixa e trabalhador de extração florestal. As ocupações com menor saldo nesse período foram de carpinteiro, técnico de comunicação de dados, carvoeiro, soldador a oxigás e vibradorista. Quanto aos salários, os melhores remunerados foram os trabalhadores da administração pública.

Mulheres ganham espaço na construção civil

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que, em 2010, foram admitidos 62.393 trabalhadores na construção civil no Maranhão. No mesmo período, foram desligadas 49.947 pessoas, resultando em um saldo positivo de 12.446 trabalhadores. Destes, 3.119 são mulheres. Elas estão ocupando cada vez mais a área por causa da falta de mão-de-obra. Com os números, o estado tornou-se o 5º do país que mais emprega pessoas do sexo feminino no setor.

Os dados mostraram ainda que, nos últimos três anos, o número vem aumentando. De 2007 a 2010, a elevação foi de 132%. O Maranhão perde apenas para Rondônia, onde o aumento foi de 578%; Pernambuco, que teve ampliação de 171%; Ceará, com 156%, e Mato Grosso do Sul, que apresentou 135% de acréscimo.

A pesquisa revelou também que o Maranhão, em 2010, empregou um total de 3.119 mulheres, tornando-se o 15º estado em número absoluto de contratações - entra na lista o Distrito Federal. O estado perde para São Paulo (53.754), Minas Gerais (22.323), Rio de Janeiro (19.174), Bahia (10.779), Pernambuco (9.446), Paraná (8.669), Rio Grande do Sul (7.653), Distrito Federal (5.754), Santa Catarina (5.665), Ceará (5.211), Goiás (5.102), Espírito Santo (4.633), Pará (3.796) e Rondônia (3.765). O que menos empregou foi o Amapá, com 309 mulheres na área.

O cenário é acompanhado em todo o país. O Ministério do Trabalho e Emprego registrou uma média de 74% de aumento de mulheres nos canteiros de obras nos últimos três anos. Em 2007, elas somavam 109 mil e no ano passado chegavam a 189,3 mil. Isso representa 7,67% do total de 2,4 milhões de trabalhadores.

A inclusão feminina é decorrente do déficit de trabalhadores na área. Por causa disso, empresas estão tendo de se adaptar à presença da mulher nas obras. Uma das modificações é a implantação de banheiros destinados ao sexo feminino. Algumas empresas, porém, resistem à mudança, pois contam como ponto negativo o direito de dar licença-maternidade, em caso de a trabalhadora engravidar. (Fonte: O Estado do Maranhão, Ed. 17.771, Economia – pág. 01)

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