Definida estratégia de intervenção no navio Vale Beijing

13-12-2011 09:47

A superintendência estadual do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e gestores da empresa sul-coreana STX Pan Ocean se reuniram ontem na sede do órgão, para definir estratégias de intervenções para o navio Vale Beijing, ancorado na área de fundeio número seis do Porto do Itaqui, na Baía de São Marcos, por causa de avarias no lastro. O Ibama convocou a reunião, levando em consideração as operações de isolamento, deslocamento interno de carga e remoção de parte do combustível do graneleiro, previstas para os próximos dias. O órgão quer prevenir vazamento de óleo e derramamento de minério de ferro no mar. Ficou definido na reunião, que a STX utilizará uma barreira de contenção móvel, em vez do equipamento fixo (boias que ficariam em volta do navio), antes exigido pelo Ibama, por causa dos riscos que envolviam as operações realizadas diariamente no local.

O encontro, fechado para a imprensa, também serviu para que ambas as partes discutissem o Plano de Contingência da embarcação, entregue pela STX ao Ibama na semana passada. O documento inclui as medidas emergenciais que deverão ser tomadas em um eventual acidente envolvendo o navio.

De acordo com Pedro Leão, superintendente do Ibama no estado, foram cobradas da empresa sul-coreana propostas de medidas operacionais para situações de emergência, pelo fato de o navio ainda apresentar riscos (mesmo que minimizados pela STX) de vazamento de óleo ou de minério de ferro no mar. "A empresa tem mostrado empenho para cumprir as medidas de segurança exigidas pelo Ibama. A dificuldade está na obtenção de equipamentos, que ainda devem chegar ao Maranhão nos próximos dias", disse.

Isolamento - O navio Vale Beijing, ancorado na Baía de São Marcos, deverá ser isolado na sexta-feira, segundo Pedro Leão. No entanto, não será utilizado o cordão fixo de proteção em volta do navio, como o órgão havia exigido em notificação à STX, por causa de uma série de aspectos técnicos relacionados à navegabilidade do graneleiro, bem como às operações diárias que são realizadas no local. "De acordo com os engenheiros da STX, a barreira fixa (boias) dificultaria o acesso dos dois rebocadores que fazem o equilíbrio constante do navio. O equipamento poderia tocar nas hélices das embarcações e provocar acidentes", disse.

"Além disso, o navio gira, de acordo com a maré, 180º diariamente. A âncora está a uma distância de 300m do ponto central, o que forçaria a equipe a montar uma barreira de mais de 2 km de extensão para isolar o graneleiro. Esta medida, no entanto, é desnecessária segundo os engenheiros, que procuraram uma saída mais prática", completou Pedro Leão.

Ele contou que a empresa já providenciou um equipamento de última geração, denominado current busquer. Essa barreira recebe o apoio de duas pequenas embarcações, é móvel e não prejudicará as operações realizadas diariamente no graneleiro. O sistema também tem um equipamento que remove o óleo do mar (em caso de eventual vazamento), aumentando assim a sua eficácia. "Segundo o que nos foi apresentado, é o que há de melhor em termos de tecnologia. O cordão de isolamento, pode ser removido pelas embarcações menores de acordo com a necessidade", destacou Leão.

Na quinta-feira, segundo o superintendente do Ibama, a empresa promoverá uma simulação com o sistema current busquer nas proximidades do navio, para avaliação de técnicos do Ibama. A imprensa poderá acompanhar a ação. "Desta forma, teremos a real noção de como este equipamento poderá ser útil em caso de um eventual acidente com o navio. Vamos acompanhar tudo de perto", completou.

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Apesar de a STX Pan Ocean não ter cumprido o que havia sido determinado pelo Ibama em relação ao isolamento do navio num prazo de 24 horas (a contar das 14h de sexta-feira), o órgão não aplicará multa à empresa. Isso porque a companhia pediu flexibilidade no tempo pelo fato de os equipamentos não estarem disponíveis no Maranhão. E porque a companhia apresentou um plano de contenção mais eficaz ao exigido pelo órgão fiscalizador. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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