Deputados farão hoje vistoria no Vale Beijing

06-01-2012 08:41

Está marcada para hoje uma vistoria da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Maranhão (AL-MA) ao navio Vale Beijing, fundeado na Baía de São Marcos, a 60 km da costa de São Luís. O cargueiro sofreu uma avaria (rachadura) nos tanques de lastro quando carregava 260 mil toneladas de minério de ferro, no início de dezembro do ano passado, no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM). Ontem foi iniciada a retirada de 5 mil toneladas de óleo combustível (bunker) da embarcação e a operação de remanejamento da carga do porão 7 para os porões 3 e 5 deve começar nos próximos dias, quando o óleo for transferido para o navio-tanque Sea Emperor, que está emparelhado ao cargueiro desde quarta-feira (4).

Os deputados Léo Cunha (PSC) e Eduardo Braide (PMN), respectivamente presidente e suplente da Comissão de Meio Ambiente, acompanhados do comandante da Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA), o Capitão de Mar e Guerra (CMG) Nelson Ricardo Calmon Bahia, vão de aeronave até o navio. O embarque está marcado para as 8h de hoje no hangar da STX Pan Ocean no Aeroporto Marechal Cunha Machado, no bairro Tirirical, com retorno previsto para as 11h.

Operação - O navio Vale Beijing está com a popa (traseira) submersa cerca de quatro metros a mais do que a proa (frente), por conta da rachadura no tanque de lastro contíguo ao porão 7. A transferência de carga (cerca de 25 mil toneladas) entre porões tem como objetivo estabilizar a embarcação e propiciar condições de navegabilidade e se possa levá-lo para um estaleiro e consertar os danos.

De acordo com a CPMA, a transferência da carga só poderá ser feita depois que as 5 mil toneladas de óleo combustível que estão armazenadas no navio forem retiradas. Enquanto isso, o navio continuará com a popa mais afundada que a proa. A diferença entre a parte frontal e a posterior do navio é de quatro metros. Esse tipo de situação é conhecido como derrabamento no jargão da navegação e, em casos extremos, pode levar ao rompimento do navio ao meio.

"Hoje, o navio está derrabado, mas a diferença entre a popa e a proa não causou um aumento da fissura no casco ou outras avarias", disse o CMG Calmon Bahia, comandante da CPMA, segundo informativo publicado na internet. Segundo Calmon Bahia, se não houver um aumento na rachadura, o risco de naufrágio é pequeno.

Ainda de acordo com o informativo, o comandante da CPMA ainda não recebeu (para posterior análise e aprovação) da STX Pan Ocean, dona da embarcação, o plano de reparos do Vale Beijing e que a companhia está estudando o que fazer para consertar o navio. Segundo Calmon Bahia, o conserto definitivo terá de ser feito em dique seco, mas que algum tipo de reparo deve ser feito na área de fundeio para que o navio possa ser levado ao estaleiro.

De acordo com informe divulgado pela STX Pan Ocean, o problema com o Vale Beijing seria um caso isolado. A empresa afirmou que um grande plano de ação está sendo realizado para reparo do navio, que poderá seguir viagem assim que os trabalhos forem encerrados.

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A Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA) está colhendo depoimentos de todos os envolvidos no incidente para tentar entender o que fez um navio novo, caso do Vale Beijing, em sua primeira viagem, apresentar um problema tão grave quanto a rachadura do casco. De acordo com Calmon Bahia, comandante da CPMA, estão sendo ouvidos os membros da tripulação e os responsáveis pelo carregamento do navio. Tanto a Vale, que afretou a embarcação, quanto a STX Pan Ocean, a dona do navio, também serão ouvidas pelas autoridades marítimas. "Esse é um processo longo e não estamos fazendo nenhum tipo de especulação, seria leviano agora", afirmou. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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