Desenvolvimento Regional Sustentável

04-12-2011 13:08

O Desenvolvimento Regional Sustentável – DRS, ou simplesmente Desenvolvimento Sustentável, é hoje o grande marco de toda administração pública e está se tornando uma das maiores demandas para administração regional e municipal.

Este conceito se refere aos estudos das estratégias de desenvolvimento de uma região por meio da união dos vários agentes locais de produção, focando suas potencialidades e objetivando a geração de trabalho e renda e o bem-estar de sua população.

Se, durante muitos anos, a única responsabilidade da empresa era de aumentar seus lucros; isto, sem dúvida, não é mais válido no mundo de hoje. Vivemos no mesmo planeta; compartilhamos os mesmos recursos, os mesmos problemas e as mesmas responsabilidades. Assim, o conceito de sustentabilidade é baseado na metáfora da preservação de nossa casa comum, o planeta Terra, e da própria Vida. O filósofo e político italiano Gramsci dizia que «o pessimismo da inteligência nunca deve derrubar o otimismo do coração e da vontade». De fato, uma coletividade cujos membros não se sentem unidos em torno de um projeto comum é uma comunidade que nunca será capaz de reter os seus recursos humanos, e nem de resistir às pressões econômicas e sociais internas e externas. O DRS deve, portanto, ser visto como o resultado de um processo cooperativo de todos os atores sociais locais.

O desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico e uma atitude que se traduz em um modelo de desenvolvimento global que, além do componente econômico, incorpora o componente de desenvolvimento social e o componente de desenvolvimento ambiental. Assim, o DRS visa criar mecanismos de sustentabilidade aos projetos de desenvolvimento que sejam economicamente viáveis, socialmente justos, e ambientalmente corretos. O DRS deve procurar satisfazer as necessidades da geração atual, mas sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades. Isto passa pelo uso razoável dos recursos disponíveis.

De fato, a sociedade é algo complexo que envolve várias dimensões: espaciais, culturais, históricas, etc. Tais dimensões influenciam a performance econômica e social. Devemos ser ciente que o desenvolvimento regional não se constroi apenas a partir da dimensão econômica, mas envolve também outras dimensões: social, ambiental, cultural e tecnológica. Portanto, Desenvolvimento e crescimento econômico não é a mesma coisa. O crescimento econômico é necessário, mas não é suficiente para gerar desenvolvimento. O desenvolvimento precisa ser humano e sustentável. Ou seja, precisa estar focado na promoção da qualidade de vida das pessoas. Ele requer não só a criação e a reprodução do capital econômico, mas também do capital humano (conhecimentos, habilidades e competências), do capital social (confiança, cooperação, organização e participação social) e do capital tecnológico (participação efetiva na economia do saber).

Para se trabalhar o desenvolvimento econômico na perspectiva do desenvolvimento regional deve-se favorecer um clima empreendedor onde o conhecimento e a inovação (mudanças/transformação) são os motores e a educação é o fundamento. A existência do capital humano e do capital social é uma precondição para o desenvolvimento do empreendedorismo e da cultura empreendedora. Todavia, o sucesso de um empreendimento não depende apenas do talento e da capacitação do empresário; ele depende também da criação e da manutenção de um macroambiente favorável ao desenvolvimento. Isso passa pela construção de um espaço de parceria, de cooperação e de integração. Portanto, é interessante promover o desenvolvimento buscando a inclusão social por meio do empreendedorismo.

Para geração de um Plano de Desenvolvimento Regional – PDR, é preciso primeiro, fazer um Diagnóstico da Região (município, localidade, etc.). Em seguida, desenvolver um prognóstico para um horizonte de curto prazo e de cenários prospectivos. A fase de Diagnóstico tem por objetivo de levantar e analisar as informações, comparando a região com o estado, usando indicadores econômicos e socioambientais; e identificando os principais atores locais. O diagnóstico elaborado deve ser necessariamente validado junto aos atores. A fase do prognóstico procura delinear as diretrizes básicas para o desenvolvimento e as alternativas e ações para alcançar os objetivos propostos, de acordo com a realidade regional, para um horizonte de médio e longo prazo. O PDR deve listar os projetos regionais e as ações propostas detalhando seus objetivos, indicadores das ações, entidades parceiras, possíveis mercados, estimativa de geração de emprego, estimativa de investimento, etc.

Deste modo, projetos de DRS trazem enormes benefícios permitindo o aumento da produtividade local, a abertura, estruturação e expansão dos negócios, a dinamização do comércio, a geração de postos de trabalho e renda, a inserção dos produtores locais no mercado competitivo, a atração de novos investimentos, o crescimento da arrecadação, o fortalecimento dos empreendimentos coletivos, o fortalecimento dos valores da cidadania, a credibilidade e a satisfação da sociedade junto à Gestão Pública. É a única forma verdadeira e eficaz de combate à desigualdade regional.

O Maranhão é carente de um modelo de desenvolvimento sustentável e para isso, é preciso o envolvimento de todos: governos, empresas, academia (escolas, institutos e universidades), instituições financeiras, entidades não governamentais e empresas de consultoria e de assistência técnica neste processo. Instrumentos poderosos possibilitando a implantação dos objetivos e metas deverão induzir a uma menor desigualdade regional e a uma forma adequada, de inserção do Maranhão no mundo globalizado.

O DRS é um modelo de desenvolvimento baseado na responsabilidade e na participação. Ele nos incita a criar novas formas de interagir para enfrentar os problemas comuns da nossa sociedade e nos levar a um mundo viável e cada vez mais justo. (Fonte: Jornal Pequeno)

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