Editorial: Investimentos, descaso e reeleição

06-11-2011 15:56

Três reportagens chamam atenção especial neste domingo em O Estado. A primeira, que abre a edição, informa sobre os investimentos previstos para o Maranhão, que totalizam R$ 100 bilhões, e começam a sair do papel. A segunda mostra, numa espécie de contraponto, a precariedade da infraestrutura no centro comercial de São Luís, onde milhares e milhares de pessoas circulam todos os dias. E a terceira revela o que está acontecendo nos bastidores da Assembleia Legislativa no que diz respeito à questão da reeleição.

No primeiro item, começa, de fato, a acontecer o que O Estado vem anunciando há muito: os investimentos programados para o Maranhão, que até a posse da governadora Roseana Sarney (PMDB), em maio de 2009, eram vistos como promessas distantes e de realização improvável, ganham forma no estado. Dois exemplos: a Refinaria Premium I da Petrobras, que muitos apontaram como uma espécie de miragem, vai aos poucos ganhando definição em duas frentes, uma física, o local onde será instalada em Bacabeira, onde homens e máquinas trabalham intensamente preparando o terreno, literalmente. O outro é o complexo industrial da Suzano para a produção de celulose em Imperatriz, que está em marcha acelerada. Outros investimentos menores ganham forma, e a previsão é a de que até o final do ano que vem muitos canteiros de grande porte estarão erguidos e agitados em diversos pontos do estado.

Enquanto a economia maranhense ganha injeção de ânimo e de investimentos, é ampliada e modernizada, a maior área comercial do Maranhão, formada pelo conjunto de ruas do Centro de São Luís, amarga completo abandono da parte do seu principal responsável, a Prefeitura da capital. Ali, as ruas de pedras estão semi-destruídas, o serviço de esgoto não funciona a contento, as ruas asfaltadas estão esburacadas, as redes elétrica e telefônica são ainda um incompreensível emaranhado aéreo de fios sem nenhum controle, sobretudo pelos riscos que impõem à população. Não há sequer projeto em andamento – pelo menos que se saiba – para revitalizar (é a palavra da moda) a área. Uma situação absolutamente absurda, que não há meio de explicar.

Finalmente, em meio aos dois extremos, informa-se que os deputados estaduais estão se movimentando em torno da questão da reeleição da Mesa da Assembleia Legislativa. A reeleição estava proibida, mas um movimento, no final do ano passado, resolveu reverter a situação. Só que agora há uma forte pressão para o assunto volte a ser objeto de discussão e votação pelos deputados. O que move esse debate agora é o fato de que provavelmente o deputado que estiver na presidência do Poder em 2014 poderá tornar-se governador por alguns meses. São grandes, portanto, os interesses políticos em jogo, e vai levar a melhor quem conseguir impor sua tese ao plenário.

Uma boa leitura. (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

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