Editorial: O Maranhão dos grãos
O Maranhão, que no início dos anos 90 foi reconhecido como nova fronteira agrícola, com o início da produção de soja na região sul do estado, principalmente em Balsas, é hoje um dos maiores produtores de grãos do Brasil. De acordo com o segundo levantamento de intenção de plantio na safra 2011/2012, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado deve colher 3,4 milhões de toneladas de grãos, crescimento de 4,6% em relação à safra anterior.
O volume expressivo da safra maranhense de grãos reúne a produção de arroz, milho, feijão, algodão e soja, sendo esta última o carro-chefe do agronegócio do estado, que agora se prepara para colher a safra recorde de 1,7 milhão de toneladas. A lavoura de milho é um destaque a mais, devendo ultrapassar 1 milhão de toneladas nesta safra. Primeiro maior produtor de arroz no Nordeste e quarto no Brasil, o Maranhão deve colher 641 mil toneladas.
As áreas de cerrados do sul do Maranhão também se destacam por milhares de hectares plantados de algodão. As plumas brancas do algodão espalhadas pelos campos, além da beleza, consolidam a revitalização desta que já foi um dos itens mais importantes no elenco das atividades econômicas maranhenses.
Com todo esse crescimento vertiginoso do agronegócio maranhense, os cerrados do sul do estado, reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como um dos mais importantes celeiros do país, integram a região denominada de Matopiba – que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, cujo potencial atraiu mais de R$ 50 bilhões em investimentos.
Como um dos estados de ponta do Matopiba, dos R$ 50 bilhões em investimentos atraídos para a região, o Maranhão detém R$ 30 bilhões, valor que mostra a pujança do sul do estado, que nos últimos seis anos registrou aumento de 12,4% na área plantada. São milhares de hectares de terras agricultáveis que estão atraindo mais investimentos para a região.
Uma semente que foi plantada em meados dos anos 80 e início dos anos 90, quando famílias de agricultores do sul do país vislumbraram Balsas e região como importante polo produtor de grãos, sobretudo de soja, marcando uma nova era no setor primário maranhense, que evoluiu com a introdução da agricultura mecanizada.
O novo eldorado se concretizou em 1992, foi realizado o primeiro embarque de soja pela Vale no Porto de Ponta da Madeira, abrindo um grande mercado exportador no sul do Maranhão. Volume que cresceu a cada safra e hoje chega a mais de 1,5 milhão de toneladas colhidas, tendo como destino o mercado exterior. A partir de então, grandes investimentos se deslocaram para o sul do Maranhão: a aquisição de terras, investimentos estruturantes, ampliação da Estrada de Ferro de Carajás e Ferrovia Norte Sul, instalação de trades nacionais internacionais que atuam em atividades de exportação de soja e farelo de soja, produção de fertilizantes, produção de aves, entre outras atividades ligadas ao agronegócio.
Hoje, são inúmeros os projetos que integram a carteira de R$ 30 bilhões em investimentos na região sul do Maranhão, o que transforma o estado polo importante e destacado no cenário do agronegócio brasileiro, com repercussão mundial. (Fonte: O Estado do Maranhão)