Editorial: Uma reunião, um marco
O empresariado do Maranhão e os representantes políticos do estado no plano federal iniciaram ontem uma relação que, se mantida, prolongada e aperfeiçoada, poderá produzir frutos capazes de contribuir efetivamente para consolidar e acelerar o projeto de transformar, de fato, a nossa unidade federativa num grande polo de desenvolvimento. A iniciativa do presidente da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), Edílson Baldez, de reunir líder parlamentares maranhenses para discutir problemas que entravam o processo de evolução econômica, estes relacionados em documento com 23 propostas, e a receptividade dos representantes políticos sinalizaram a positividade de um projeto que tem tudo para dar certo.
A relação da iniciativa privada com o poder público no Maranhão não é novidade. Desde o seu primeiro mandato, a governadora Roseana Sarney (PMDB) vem priorizando uma arrojada política de atração de investimentos, na qual tenta envolver o empresariado local num cenário de grandes empreendimentos. Os empresários, por sua vez, têm correspondido aos estímulos do governo, mas agora, pelo que se desenha, quer ser um parceiro mais efetivo. E nesse contexto de esforços conjuntos, a Fiema tem tido um papel importante, exatamente por ser a entidade mais ativa.
À Fiema compareceram o ministro Gastão Vieira - que é deputado federal licenciado (PMDB) -, o senador Lobão Filho (PMDB), e os deputados Sarney Filho - que lidera o PV na Câmara Federal -, Costa Ferreira (PSC), Pinto Itamaraty (PSDB) e Lourival Mendes (PTdoB). A discussão sobre os principais itens do documento foi animada, mas o que sobrou mesmo para ser interpretado como ganho real foi o compromisso dos representantes políticos de tentar viabilizar pelo menos o essencial do documento que lhes foi entregue pelos empresários. O item primeiro recomenda que congressistas maranhenses apresentem emendas direcionando o macro Zoneamento Econômico-Ecológico estadual que englobe o setor siderúrgico do Maranhão. Pelo nível e o alcance desse item, é possível imaginar o conjunto proposto.
O documento enfatiza a necessidade de investimentos em infraestrutura, clama por financiamentos viáveis e cobra a viabilização de projetos associados ao desenvolvimento econômico, financiamentos, revisão fiscal e incentivos. Cobra, por exemplo, a duplicação da BR-135 e investimentos na ampliação do Porto do Itaqui e reivindica até a implantação de uma Zona de Processamento e Exportação (ZPE), entre outros pleitos. E o faz de maneira objetiva, com argumentação técnica, com o cuidado de não enveredar pela politicagem rasteira.
A reunião de ontem entre empresários e congressistas abriu uma nova forma de relação, que pode ser produtiva se as repostas forem dadas também de maneira clara e direta com o documento. Nesse caso, o Maranhão ganha.
(Fonte: O Estado do Maranhão)