Editorial: Compromisso e dever cumprido
Uma luz foi acesa, ontem, em Brasília, no fim do túnel onde está encerrado o processo de duplicação da BR-135, entre Estiva e Bacabeira, que virou letra morta no dia 28 de setembro, quando o Departamento de Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), do Ministério dos Transportes (MT), revogou o edital que autorizava a licitação da obra, alegando "problemas técnicos" no projeto. Em reunião no MT, e para a qual levou a indignação, as indagações, os questionamentos e as esperanças dos maranhenses, o secretário estadual de Infraestrutura, Max Barros, enviado pela governadora Roseana Sarney, após exaustiva discussão, obteve um compromisso formal: a obra será iniciada no dia 1º de junho de 2012.
O compromisso encerrou uma conturbada etapa desse processo, iniciada domingo (9) com a revelação, feita por O Estado, da suspensão da licitação e, logo em seguida, da revogação, integral e definitiva, do edital. A notícia, obtida no Dnit pela jovem repórter Kaysterly de Oliveira, na quarta-feira (5), foi ampliada com apuração cuidadosa por causa das dúvidas que inicialmente cobriram a informação. E a suspeita de que ela estava incompleta se confirmou terça-feira, quando o MT, diante das reações indignadas no Maranhão, resolveu abrir o jogo e informou o que deveria ter informado há tempos: o edital foi revogado e o processo deixou de existir no penúltimo dia do mês passado.
O que mais chama atenção nesse episódio foi o fato de que, não fosse a diligência da equipe de O Estado, provavelmente até agora ninguém no Maranhão teria conhecimento da decisão do MT. Não há explicação lógica, administrativa ou política para que a decisão de tamanha importância tomada pelo MT não tivesse prévia ou imediatamente após ter sido comunicada ao Governo do Estado, à bancada maranhense no Congresso Nacional. Lamentavelmente, aconteceu e causou um grave e desnecessário mal-estar político e institucional. Deu, por outro lado, origem a uma reação pouco vista no campo político e que lembrou a todos que o Maranhão tem história e dignidade política muito mais fortes do que muitos imaginam.
Mas, felizmente e apesar de tudo, o desfecho veio bem mais rápido do que muitos imaginavam e com uma notícia que, se não é a que todos queriam saber - o início imediato da obra -, é possível e positiva: a obra será iniciada em junho do ano que vem. As explicações são aceitáveis: daqui até lá, o projeto será refeito, o edital readequado e a licitação realizada. Até porque, o período chuvoso está chegando e isso inviabiliza qualquer obra de civil de grande porte, como é o caso da duplicação da BR-135. E não se trata de conformação, mas de uma posição de lucidez e equilíbrio, que no seu bojo guarda um crédito de confiança, que certamente será justificado.
Os maranhenses, agora, vão aguardar, vigilantes e atentos, os passos a serem dados para consumar o compromisso firmado ontem. E o farão porque têm plena consciência da importância da obra, já entendida como essencial para São Luís, para o Maranhão e para o Brasil. E contarão sempre com O Estado, que fez a sua parte. (Fonte: O Estado do Maranhão)