Editorial: O Brasil e a crise

08-12-2011 10:39

A presidente Dilma Rousseff tem projetado um ano de 2012 melhor do que o atual no campo da economia e criticado os países desenvolvidos pela falta de ação frente à crise de confiança que abala a economia mundial. Para ela, anima o fato de o Brasil estar encerrando o ano com crescimento, mas com a visão de que 2012 será melhor que 2011, o que não é pouca coisa diante da crise e da "insensatez política" que, segundo ela, é vivenciada nos Estados e na Europa.

Entra como saldo nesse balanço de fim de ano a geração de 2,2 milhões de novos empregos, deixando o Brasil com uma das taxas mais baixas de desemprego; o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,2%, apesar de todas as consequências da crise, e o crescimento das exportações a taxas superiores às das importações.

Mas um dado serviu de desânimo para o setor produtivo brasileiro. A estagnação do PIB no terceiro trimestre do ano, em comparação ao trimestre anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi influenciado por um decréscimo dos setores de indústria e serviços, que recuaram -0,9% e -0,3%, respectivamente. O contrapeso foi a agropecuária, que cresceu 3,2%.

No acumulado em 12 meses, o avanço foi de 3,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado em 2011 até setembro, o PIB apresentou uma expansão de 3,2%. O PIB em valores correntes alcançou R$ 1,046 trilhão no terceiro trimestre. O resultado confirma a desaceleração no ritmo de crescimento em consequência da crise mundial.

Há indicadores econômicos que mostram que a economia brasileira pode também ter um quarto trimestre nada favorável. Para economistas, é hora de acelerar e aprofundar as medidas de estimulo às atividades produtivas do país e o passo inicial deve apontar na direção de fortalecer os investimentos públicos e privados em infraestrutura e capacitação tecnológica para a competitividade.

Para eles, é de investimentos e seus efeitos multiplicadores de que a economia brasileira mais necessita agora, sobretudo para fazer frente a um cenário externo incerto e já bastante fraco do ponto de vista econômico. Economistas alertam ainda o governo para não permitir uma revalorização do Real, caso essa tendência se apresente.

Apesar do quadro, o Brasil foi elogiado na semana passada pela diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Segundo ela, como resultado da política econômica dos últimos anos, o Brasil é um dos países mais preparados para enfrentar o agravamento da crise internacional. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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