Editorial: O Tegram e o futuro

01-09-2011 09:43

A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), gestora do Porto do Itaqui, publica hoje o edital de licitação para a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), projeto que promete aumentar em até 20% a participação do estado (atualmente na faixa de 6%) no mercado exportador de grãos. Atualmente, o volume de produtos agrícolas embarcados no sistema portuário de São Luís e que chega pelo complexo ferroviário Carajás/Norte-Sul gira em torno de 2,5 milhões de toneladas. Em 2013, quando a primeira etapa do Tegram entrar em operação, serão cinco milhões de toneladas, para aumentar para até 15 milhões de toneladas na terceira etapa, prevista para 2024.

O Tegram é uma estrutura logística aguardada com muita expectativa pelo setor agrícola do Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Piauí, Pará e Bahia. Esses estados atualmente respondem por praticamente metade da produção nacional, que é de 67 milhões de toneladas, conforme a última safra. A Conab projeta para o Maranhão uma safra de no mínimo 1,6 milhão de toneladas de soja para 2011.

Em relação à logística, o Maranhão tem preparado a sua infraestrutura para atender à demanda do mercado. Além do Tegram no Porto do Itaqui, a Vale já projetou a ampliação da sua área de estocagem (silos) e também da malha ferroviária do Terminal Portuário Ponta da Madeira, além da duplicação de mais de 900 quilômetros da Ferrovia de Carajás. Acrescente-se a esse cenário favorável ao Maranhão a sua posição geográfica privilegiada frente aos principais mercados internacionais do país, como China, Japão e Europa.

Vale lembrar que portos como o de Santos (SP), de Paranaguá (PR) e do Rio Grande (RS), que atualmente concentram o maior volume de exportação da soja brasileira, enfrentam problemas de logística.

Outro detalhe a se destacar em relação ao Tegram é que a maior oferta de grãos no estado pode ser o chamariz para a instalação e desenvolvimento da indústria agropecuária, visando ao beneficiamento de soja e milho e, consequentemente, um impulso para a verticalização da cadeia do agronegócio no estado com a produção e beneficiamento de carne, como frango, agregando valor ao produto consumido e também exportado pelo Maranhão.

O Tegram, enfim, é um projeto que traz otimismo ao setor agroindustrial nacional, pois inverte a logística da prestação de serviço, antes concentrada no Sul e Sudeste, para o Norte e Nordeste. O entusiasmo foi também evidente na declaração prestada ontem pelo presidente da Emap, Luiz Fossati, que sinalizou a existência de planos para a construção de um segundo Tegram no Itaqui.

A licitação e os planos para o futuro indicam, com precisão, que o Maranhão é, de fato, o polo econômico do futuro na região. (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

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