Eletronuclear propõe uso de pequenas hidrelétricas como segurança

24-03-2011 11:10

 

BRASÍILIA - O diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, afirmou hoje que a estatal tem em mãos um estudo que prevê a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) para auxiliar o fornecimento de energia para o sistema de refrigeração das usinas existentes.

Pinheiro explicou, durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, que as usinas nucleares de Fukushima, no Japão, tiveram problemas justamente no fornecimento de energia que reduz a temperatura dos reatores. Segundo ele, uma central nuclear produz um “calor residual” mesmo quando está desligada.

O presidente da estatal disse que, no caso do Japão, os postes de cabos de energia foram derrubados e os geradores a diesel foram danificados pelo tsunami provocado pelo tremor de terra em alto mar. Pinheiro afirmou que, no Brasil, as usinas já contam com fornecimento de energia por cabos subterrâneos e, pelo menos, dois geradores a diesel para situações de emergência.

O estudo sobre o uso de uma PCH como alternativa foi desenvolvido, em princípio, para as três usinas de Angra dos Reis (RJ). Pinheiro informou que as análises foram realizadas por uma empresa de consultoria no ano passado contratada pela estatal, chamada de Ener Consult. As avaliações feitas resultaram em inúmeras opções de aproveitamentos hidrelétricos nas bacias dos rios Mambucaba e Bracuí, no Rio de Janeiro.

Pinheiro ressaltou que a preocupação com a construção da PCH existia anteriormente ao acidente no Japão. “Na quinta-feira que antecedeu o acidente, estava tratando com o presidente da Eletrobras sobre a fonte de financiamento para esta PCH”, afirmou. A ideia do presidente da estatal é propor uma terceira opção para fornecer energia ao sistema de refrigeração das usinas. As PCHs pertencem à categoria de hidrelétricas com potência limitada a 30 megawatts (MW).

Durante a audiência, Pinheiro defendeu o programa nuclear brasileiro. Ele considera que o acidente com as usinas japonesas serviu de alerta para os governos aperfeiçoarem os projetos existentes. O executivo lembrou que há pouca probabilidade de ocorrência de grandes abalos sísmicos no Brasil, como o que ocorreu no Japão.

(Rafael Bitencourt | Valor)

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