Empreendimentos se expandem para a periferia de Imperatriz

03-06-2012 09:47

 

Fenômeno passou a ser percebido no município com maior nitidez há cerca de três anos com as lojas de eletrodomésticos.

Imperatriz - Pelo menos três empresas com forte presença no centro da cidade se expandiram para bairros onde também surgem supermercados e lojas de médio porte, entre outros empreendimentos. Esse fenômeno passou a ser percebido com maior nitidez há cerca de três anos, com as lojas de eletrodomésticos, e aos poucos está abrangendo segmentos que vão de butiques até pet shops (estabelecimento comercial especializado em vender filhotes de animais, alimentos e acessórios, além de oferecer serviços de embelezamento como banho, tosa e perfumaria).

A expansão é tão recente que as cifras produzidas por elas só aparecem genericamente no levantamento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a soma de todas as riquezas existentes no município.

A última informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre o PIB de Imperatriz, divulgada pela Associação Comercial e Industrial do município (ACII), aponta o valor de R$ 2,7 bilhões alcançado em 2009 e se consolidou mais uma vez como a segunda maior economia do Maranhão.

O economista Fernando Babilônia explica que essa nova realidade da economia imperatrizense é uma tendência natural das empresas estabilizadas em uma reação à instalação de concorrentes maiores oriundos de grandes centros do Brasil.

"Onde essas grandes redes não chegam ou não têm interesse, como é o caso dos bairros mais afastados do Centro, abrem-se espaços para novos empreendimentos como pequenas mercearias e minimercados e geram novos empregos, renda e atendimento aos nichos de mercado", analisou o economista.

Lucro - Há ainda o risco de essas redes optarem pelos setores periféricos se vislumbrarem neles uma possibilidade de aumentar os lucros. Conforme Fernando Babilônia, os empresários que se instalam nos bairros levam algumas vantagens no novo cenário pela proximidade com os clientes que podem ser facilmente fidelizados. Por atender muita gente ao mesmo tempo, as grandes redes não têm como ter contato mais próximo com os clientes.

"A fidelização nos bairros se dá mais pela proximidade. Às vezes, tem cartão, mas também tem a cadernetinha antiga", comentou Fernando Babilônia, que é coordenador do curso de Economia da Faculdade de Educação Santa Teresinha.

A fidelização nas grandes redes se dá por meio de cartões e sorteio de prêmios, enquanto nos bairros os empresários ainda se misturam aos clientes , conversam com eles e lhes dão descontos. "Isso ainda funciona porque todo mundo gosta de ganhar atenção especial, de conversar e, às vezes, a pessoa fica até amiga do dono", disse o economista.

O secretário de Estado do Trabalho e da Economia Solidária, José Antonio Heluy, concordou com o economista sobre as empresas em expansão nos bairros.

"Com a chegada dos grandes grupos para a disputa de mercado, automaticamente os empreendimentos locais buscam formas de fugir do impacto, pois a concorrência tem preço mais baixo, a compra é em escala muito maior e é normal que as estratégias de grupos locais se vinculem em espaços mais periféricos", ressaltou o secretário.

Segundo José Antonio Heluy, há situações em que empresários estão levando suas lojas até para municípios que compõem a região metropolitana de Imperatriz.

O Perfil Imperatriz, uma espécie de enciclopédia com informações sobre a socioeconomia do município, apresenta muitas informações estratégicas, mas ainda não mostra dados específicos sobre a economia nos bairros. Apesar disso, a entidade já sinalizou que pretende também dar uma atenção a esse setor, principalmente quando o assunto é a microempresa.

Palestras - Durante o lançamento da Feira do Comércio e da Indústria (Fecoimp), no dia 17 de maio, a Associação Comercial de Indústria de Imperatriz promoveu uma palestra inédita com o técnico do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), André Luis Lima.

A palestra versou sobre microempreendedores. O objetivo foi divulgar os produtos do banco como as taxas de juros, linhas de crédito e o cartão de crédito BNDES, voltado a empresários de menor porte de Imperatriz e Região Tocantina.

Secretário defende programa

Em visita a Imperatriz para anunciar a passagem de unidades móveis do Viva Cidadão, o secretário de Trabalho e Economia Solidária, José Antonio Heluy, mostrou-se otimista quanto à economia do município.

Como titular da pasta do trabalho, José Antonio Heluy se disse interessado no desenvolvimento econômico do município porque isso naturalmente vai possibilitar a geração de novos postos de trabalho.

O secretário destacou Imperatriz como município estratégico para a economia do estado pelo comércio atacadista e a área de serviços muito fortes, além da estratégica localização geográfica, distante um raio de 600km para centros como Goiânia (GO), Belém (PA) e Teresina.

Se a instalação de novas empresas vai gerar postos de trabalho, também há uma preocupação da secretaria com os empresários diante do desafio de enfrentar a concorrência das grandes redes.

"Com a globalização, Imperatriz passa a ser vista como ponto de interesse por grupos que estão estudando o mercado e buscam a expansão no mercado brasileiro. O crescimento que acontece em Imperatriz vem sendo visto em São Luís", disse o secretário.

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Perfil

Imperatriz é definida no Perfil Imperatriz como um centro regional de mais de 200 mil habitantes, que recebe regularmente a população de pelo menos 30 municípios do sul e sudoeste do Maranhão, sul do Pará e norte do Tocantins. Essa população é atraída pelo comércio, prestação de serviços, rede hospitalar, entre outros.

Varejo

O comercio varejista segue em franca expansão, assim como a prestação de serviços. O município, ainda segundo o perfil, tem significativo percentual da economia baseado na pecuária graças ao clima, solo e recursos hídricos favoráveis. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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